Pedro Rodrigues perdeu a vida aos 41 anos.
Pedro Miguel Rodrigues, bombeiros de 41 anos, da Covilhã, faleceu na tarde da última quinta-feira, 15, quando protegia habitações no Peso, num incêndio que deflagrou na Coutada.
O bombeiro, da corporação covilhanense, encontrava-se com mais três elementos a evitar que as chamas atingissem casas em risco, quendo o vento mudou subitamente. Segundo explica o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, Joaquim Matias, ao ficarem cercados, o grupo fugiu, mas Pedro Rodrigues encontrava-se mais à frente, "na primeira linha do combate", e já não conseguiu escapar.
O incêndio que deflagrou às 12h52, na Coutada, foi dominado às 22H43 e se reacendeu na tarde do dia seguinte, foi combatido mais de 400 bombeiros, apoiados por uma centena de viaturas e nove meios aéreos.
A Câmara Municipal da Covilhã, que colocou a bandeira a meia-haste, lamentou o sucedido e agradeceu o esforço dos bombeiros. O funeral de Pedro Rodrigues, bombeiro experiente, habitualmente encarregue do transporte de doentes, realizou-se sábado, depois de o corpo ter estado em câmara ardente no salão dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.
Já na Igreja da Santíssima Trindade, cerca de duas mil pessoas participaram na cerimónia, presidida pelo Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, e que contou com a presença do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Soares, que apelou à revisão do Código Penal para permitir uma maior penalização para o crime de fogo posto.
O governante não prestou declarações, mas Jaime Soares apelou a um conjunto de alterações. "O Código Penal tem de ser analisado de forma a que não permita que um incendiário seja levado a juízo e depois vá para casa com apresentações periódicas. Estas coisas não podem continuar assim", sublinhou.
O presidente da Liga de Bombeiros defendeu ainda o urgente ordenamento da floresta portuguesa, considerando que o Estado é o proprietário da floresta mais maltratada do País. "Os bombeiros não chegam para tudo. Prevenção e combate têm de estar em linha paralela", acentuou.
O incêndio de grandes proporções que vitimou Pedro Rodrigues, solteiro, residente na Covilhã, matou animais, queimou mato, floresta, barracões e ameaçou dezenas de casas.
Pedro Miguel Jesus Rodrigues, bombeiro de 2ª, foi sepultado no cemitério da Covilhã às 17h de sábado, sob as palmas dos presentes e o som da sirene do quartel.
Autor
NC
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Palavras-Chave
bombeiros / Covilhã / Rodrigues / Pedro / Bombeiro / Peso / Coutada / Miguel / incêndio / Voluntários
Entidades
Pedro Rodrigues / Pedro Miguel Rodrigues / Joaquim Matias / D. Manuel Felício / Miguel Macedo
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