PT serve o mundo a partir da Covilhã

2013-09-25

Versão em áudio disponível!

00:00 00:00

Data Center inaugurado.

A nuvem da Portugal Telecom, centro de armazenamento de dados digitais, foi inaugurado na última segunda-feira, 23, perante vários investidores internacionais a quem a telefónica pretende vender o alojamento de informação. Só quando o mercado o justificar será construído o segundo dos quatro "cubos" projectados, embora o presidente executivo da empresa, Zeinal Bava, se mostre optimista e espera que isso possa acontecer dentro de dois ou três anos.
O edifício de apoio e o primeiro bloco representam um investimento de 90 milhões de euros, num total de três mil metros quadrados com capacidade para albergar 12 500 servidores. Actualmente, o empreendimento dá emprego a cem pessoas – 70 transferidas de outras unidades e 30 funcionários contratados na região. Nos próximos tempos a PT tenciona desactivar três dos seus centros de dados, nas imediações de Lisboa, ficando a funcionar o da capital e o da Covilhã, para onde será deslocada mais gente. Quando o primeiro bloco estiver a funcionar na plenitude, frisa Bava, estarão a trabalhar na estrutura da Covilhã 400 pessoas.
O presidente executivo da PT nota que há agora que vender a capacidade de armazenamento do primeiro bloco para garantir a edificação do segundo. "Agora temos de construir o futuro do Data Center com os nossos clientes, com os nossos parceiros internacionais, para nos ajudarem a vender este produto. Há agora um longo caminho a percorrer", sublinha Zeinal Bava, para quem a construção foi a parte mais fácil. "A parte mais difícil começa agora", acentua.
Mas o CEO da PT vinca estar "prudente em relação ao futuro, mas confiante", por estarmos perante um "data tsunami" e se prever que até 2020 este mercado cresça mais de dez vezes. Daí a aposta da telefónica, que vê 51 por cento das receitas provirem actualmente dos dados.
"Acabámos de inaugurar o primeiro bloco. Deixem-nos respirar este primeiro bloco, aprender com os nossos clientes, porque nós temos de nos expor aos problemas dos clientes, aprender com eles para desenhar soluções e depois, mais cedo que mais tarde, vamos encontrar um caminho".
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, espera que o Estado português dê o exemplo e passe também a utilizar o serviço. "Formulamos votos para que o arranque do próximo bloco aconteça na base deste pressuposto", salientou.
No dia da apresentação do Data Center ao mundo, foram assinados alguns dos contratos com os cem primeiros clientes, entre os quais alguns bancos, a Auchan, Grupo Lena, Cortiçeira Amorim, Accenture, Remax, Federação Portuguesa de Futebol, Phone House, Impresa, Unicer, Plural, Visabeira ou a Câmara da Covilhã, também um dos clientes-fundadores.
Expectativa de atrair ouros investimentos
"Queremos servir o mundo inteiro a partir da Covilhã", realça Zeinal Bava. A cidade beirã foi escolhida pelas condições oferecidas pela autarquia, pela proximidade da Universidade da Beira Interior e pelo clima – temperaturas médias baixas a maior parte do ano e ar seco quando está quente, o que permite utilizar o sistema de refrigeração "free cooling".
Zeinal Bava destaca a aposta na "nuvem" e a eficiência energética e a segurança da unidade da Covilhã, construída no local do antigo aeródromo.
A empresa tem ainda a expectativa de, através do Data Center, vir a atrair um conjunto de outras empresas de base tecnológica para se instalarem nas imediações, criando mil postos de trabalho indirectos. "Gostava de desenvolver um pólo tecnológico a partir do que temos no Data Center", frisou.
Henrique Granadeiro, presidente da PT, destaca a capacidade exportadora do Data Center. "É mais um contributo importante da PT para a economia nacional", enaltece. Um investimento que "potencia a produtividade e a competitividade das nossa empresas", tornando um custo fixo num custo variável. "É do mais avançado que há no mundo", sublinha Granadeiro.

(Artigo completo na edição papel)