Obra feita sem apoio da Câmara. Directores do rancho pedem apoio, face a empréstimos contraídos.
"Estamos sufocados com a dívida. Pensamos que a Câmara será justa na atribuição de um subsídio que nos é devido". Foi assim que o presidente da direcção do Rancho Folclórico da Boidobra, Paulo Jerónimo, deixou na passada sexta-feira, 25 de Abril, um apelo a Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, para que apoie a obra inaugurada naquele dia, e que constitui um sonho de décadas da população: o Centro Interpretativo de Artes Tradicionais da Boidobra, promovido pelo Rancho Folclórico local.
Segundo Paulo Jerónimo, esta obra colmata uma lacuna na freguesia, sobretudo a nível cultural. "Apesar de pequena, é para nós uma grande obra" afirma o dirigente, que lembrou que outros responsáveis antes de si nunca concretizaram a obra por colocarem "interesses pessoais" à frente dos do Rancho. Jerónimo lamentou ainda ter avançado para a obra apenas com algumas verbas do PRODER e com um empréstimo bancário contraído pela direcção. Da Câmara anterior, nada. "A Câmara anterior fechou-nos a porta. Mas substituímo-nos à autarquia na recuperação de património" recorda, já que o Centro está divido por duas casas, no centro da freguesia, que estavam em ruínas. Mas apesar de acreditar que o mesmo contribuirá para o desenvolvimento da terra, Paulo Jerónimo lembra que "a dívida é grande, os compromissos pessoais não dão margem para errar".
Vítor Pereira, porém, e apesar de elogiar a obra, prometeu estar atento, mas sem apontar prazos. "Estamos atentos às dificuldades, somos sensíveis ao investimento e cá estaremos para dar o nosso contributo. Mas não tenho um número, nem uma data. Logo que tenhamos disponibilidade viremos ao encontro do Rancho. É melhor isso que a demagogia de promessa fácil" assegura o presidente da Câmara.
Já João Simão, presidente da Junta, lembrou que as vilas e aldeias "estão a ficar desertas" desejando que a nova infra-estrutura possa, de algum modo, atrair turistas à freguesia.
O Centro Interpretativo divide-se por dois pequenos edifícios, bem no centro da Boidobra, onde conta a história das suas gentes, o que faziam, onde viviam, as suas actividades. Num dos edifícios existe uma sala multimédia, onde é projectado um filme sobre a origem da Boidobra. Há várias peças expostas que retratam artes tradicionais, artes e ofícios locais.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Câmara / Boidobra / Centro / rancho / Jerónimo / Interpretativo / Paulo / presidente / Folclórico / Apesar
Entidades
Paulo Jerónimo / Vítor Pereira / Jerónimo / João Simão / Câmara
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