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A cidade das telas gigantes

2014-10-29

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O Wool trouxe nomes conceituados da arte urbana à Covilhã e durante duas semanas deu mais vida ao centro histórico.

Junto ao parapeito da janela da vizinha, Maria do Carmo Frade, 62 anos, conversa entusiasmada sobre o assunto dominante nos últimos dias: as intervenções de arte urbana no centro histórico da Covilhã. A parede da sua casa, assegura, deve ser das mais fotografadas da Covilhã, desde que BToy lá desenhou um pastor. Por estes dias os motivos de interesse têm sido as novidades em construção no mesmo largo. Uma parede irregular, em cimento cru, transformou-se em tela onde surgiu um mocho feito de desperdícios e tornou-se motivo de atração testemunhado pelos poucos moradores da zona. Escassos metros ao lado, nasceu a pintura de uma jovem a remendar a bandeira de Portugal, elogiada pelos residentes.
No Largo Senhora do Rosário, a pacatez habitual foi interrompida pelo interesse suscitado pelas novas peças. Os carros passam e param para observar. Quem transita a pé, também se detém. Passam poucos minutos sem que alguém não pegue na máquina ou no telemóvel para registar as obras em fotografia. Maria do Carmo mostra-se satisfeita pelo movimento e tem passado o tempo disponível a observar a progressão da intervenção de MR. Dheo.
"Tanto a menina como o mocho estão trabalhos espectaculares. Abençoadas mãos que os fizeram", exclama a já entusiasta de arte urbana, que fez questão de conversar com o artista. "Ele disse que adaptou o antigamente e o conjugou com a actualidade. Voltámos à costura", explica Maria do Carmo.
Uma zona nos dias que correm quase deserta, "triste", tornou-se mais alegre, com gente a circular para ver as novas peças. "É pena as casas estarem a cair", lamenta. Angelina Ferreira, 89 anos, está presa a uma garrafa de oxigénio e por isso não interagiu com o autor da menina que se impõe em frente à sua janela. Mas foi acompanhando ao pormenor. "Até tem uma agulha e um dedal", comenta. "Esta zona está desprezada. Estas pinturas dão-lhe mais vida", acrescenta.
A olhar para a mesma figura, pintada em terra de cerzideiras, José Carlos Carreira diz-se "mais acompanhado", graceja, na companhia da mulher. "Uma parede tão despida e agora muito mais bonita", considera, enquanto dá conta do maior movimento nas ruas ao pé da sua casa.
Trazer gente ao centro da cidade, sobretudo quem não conhece ou há muito tempo não visita a zona, era um dos objectivos da organização do Wool, na óptica de Lara Rodrigues, cumprido. Basta reparar nas muitas pessoas que passam e olham admiradas, ou a grande adesão às visitas guiadas pelo percurso de arte urbana da Covilhã. "Há gente a pedir-nos visitas fora dos horários estabelecidos e ontem, numa visita programada para 12 pessoas, apareceram 62", conta.

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Covilhã / histórico / Frade / Junto / Carmo / arte / urbana / Maria / parede / zona

Entidades
Maria do Carmo Frade / BToy / Maria do Carmo / Dheo / Abençoadas

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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