Novo requeijão, sem lactose, apresentado em Peraboa. Museu do Queijo acolheu comitiva de Alfândega da Fé que quer estreitar laços comerciais com a Covilhã.
É alérgico a lactose? E gostava de poder comer requeijão? Já o pode fazer. Acaba de ser criado um novo requeijão à base de amêndoa, criado pelo chefe de cozinha António Mauritti, que foi apresentado no passado sábado, 3, no Museu do Queijo de Peraboa.
Segundo o cozinheiro, que até há bem pouco tempo residia no concelho de Belmonte, mas que ao abrigo do Programa Novos Povoadores, se mudou para Alfândega da Fé, o objectivo é "trabalhar para que possa ser comercializado". Para já, faltam algumas questões que se prendem com a certificação do produto, até porque "nem sequer existe uma denominação de origem para ele", mas "estamos a trabalhar nisso, em análises laboratoriais, de modo a consegui-lo". O novo requeijão não tem lactose, "é bom para o coração e bom também para uma dieta de perda de peso" assegura Mauritti, classificando este produto de "rico em fibras" e "óptimo" para se perder gordura abdominal.
"A ideia não é concorrer com o requeijão tradicional, em si, mas sim criar uma alternativa para quem não o pode comer" explica o chefe de cozinha, que pretende ter em Peraboa, no futuro, o requeijão disponível, mas por encomenda, já que tem um prazo de conservação muito curto. "Também viemos com o intuito de mostrar às pessoas como é que se faz" conta António.
Da delegação de Alfândega da Fé viajou também a responsável máxima, a presidente da Câmara, Berta Nunes. Com a intenção de "chegar a novos mercados". A amêndoa é um dos recursos endógenos que a autarquia está a promover e, segundo a autarca, este requeijão é "um produto inovador". "Nós, em Alfândega da Fé, tal como cá, também temos o problema do despovoamento. E isso só se combate criando emprego. Este é um exemplo" afirma a autarca, que aposta em chegar a novos mercados porque "há sempre pessoas, em todo o lado, que querem experimentar coisas novas".
A autarca explica que na sua terra foi criado um selo de garantia, uma marca própria, intitulada "Terras de Alfândega", para qualificar e certificar produtos locais, e que a vinda até ao concelho da Covilhã se prende com a "tradição que o queijo aqui tem, visando assim uma maior promoção". "Vindo aqui também promovemos uma troca de experiências. Aprendemos como se faz aqui. Estamos a falar de territórios muito semelhantes, que temos que divulgar. Temos que deixar de estar tão fechados em nós próprios" frisa Berta Nunes. "Se temos problemas semelhantes, e recursos semelhantes, temos de trabalhar juntos para resolver os problemas" assegura a autarca.
"Inverter um ciclo de despovoamento"
Já o autarca covilhanense, Vítor Pereira, não tem dúvidas que a Covilhã tem " um potencial turístico para desvendar e explorar". Daí que a aposta passe pela criação de uma rota que divulgue os museus existentes no concelho, de modo a atrair um cada vez maior número de turistas. "É um trabalho a fazer e a apronfundar" afirma.
O presidente da Câmara, contudo, diz que tudo isto "não se faz com um golpe de magia", de um dia para o outro, pelo que classifica iniciativas como a do passado sábado de importantes para "inovar" e assim, ajudar a "inverter um ciclo de despovoamento do Interior". Vítor Pereira diz que só assim se consegue "criar riqueza e, assim, postos de trabalho".
Sobre a criação de um futuro museu da Covilhã, o autarca frisa que a cidade "já é um museu vivo" mas que tem, neste sector, que "desempenhar um papel diferente".
(Reportagem completa na edição papel)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
requeijão / Alfândega / autarca / Peraboa / Covilhã / lactose / Queijo / Museu / amêndoa / Mauritti
Entidades
António Mauritti / António / Berta Nunes / Vítor Pereira / Peraboa
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