Adega da Covilhã apresenta vinho no Museu Judaico de Belmonte.
Terras de Belmonte, branco, 2011. É este o novo vinho kosher que a Adega da Covilhã e a Comunidade Judaica de Belmonte apresentaram na passada quinta-feira, 14, no Museu Judaico da vila. Um vinho que sucede ao tinto que já fora produzido em 2003, com sucesso, e que, segundo o presidente da Adega, Matos Soares, é uma espécie de "teste" para, possivelmente, em anos seguintes aumentar a produção, já que só foram produzidas cerca de seis mil garrafas, "que possivelmente não vão chegar para as encomendas" afirma.
O presidente da direcção da Adega cataloga o branco do Terras de Belmonte como um vinho "diferente", mas que já se deu a conhecer extra-muros. "O vinho só foi lançado hoje, mas já foi provado na semana passada nos Estados Unidos. O nosso enólogo esteve numa apresentação de vinhos, levou-o e foi bastante apreciado. É um complemento à oferta que tínhamos, pois já existia o tinto, com boa aceitação nos Estados Unidos, Brasil e Canadá, mas não havia nenhum branco" afirma Matos Soares, que revela ter ainda em stock cerca de 30 mil garrafas do tinto que "esperamos vender muito rapidamente." Para o ano, um novo tinto Terras de Belmonte deverá sair para o mercado, com cerca de 20 mil garrafas.
Sobre este branco, Matos Soares revela que é para vender em pequenas quantidades. É feito a partir de duas castas: a castarim, que dá ao vinho acidez e frescura; e a fernão pires, que lhe dá corpo. Cada garrafa custará cerca de seis euros e meio. O tinto, que chegou a custar mais de 10 euros, vende-se agora, em tempos de crise, por cerca de sete euros e meio.
"Projecto pode beneficiar todos"
Consensual foi, entre os presentes na apresentação, a opinião de que esta nova oferta pode ajudar todos os envolvidos: Adega, Comunidade Judaica e até o próprio município. Elisha Salas, rabino da Comunidade e um dos grandes dinamizadores da iniciativa, diz que a existência destes vinhos é muito importante porque em todos os actos religiosos os judeus só utilizam vinhos kosher. "É um projecto que pode ter bons resultados quer económicos, quer sociais" diz, elogiando a fácil relação de cooperação com a adega covilhanense.
Já o autarca belmontense, Amândio Melo, frisa a satisfação por este lançamento, que valoriza os produtos da Adega, mas também "fala de nós, de Belmonte, da nossa história. Servirá também para valorizar as nossas estratégias turísticas e pode ajudar a recuperar a actividade económica regional no que toca ao vinho. Foi uma ideia que acolhemos de braços abertos" frisa. O autarca não tem dúvidas que se trata de uma oferta que é "uma mais-valia para Belmonte" onde se está a construir "um destino turístico para o judaísmo que acho que é único em Portugal. Temos o Museu, Sinagoga, Judiaria e agora avançamos para a gastronomia segundo os processos que os próprios judeus determinam. É mais um nicho de mercado que pode ter sucesso. Belmonte não é só museus, é tudo o resto que nos complementa" afirma.
(Reportagem completa na edição papel- com entrevista ao presidente da Comunidade Judaica)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Adega / Belmonte / vinho / Covilhã / Judaico / tinto / Comunidade / Terras / cerca / Matos
Entidades
Matos Soares / fernão pires / Elisha Salas / Amândio Melo / Comunidade Judaica de Belmonte
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