Soares diz nada ter feito para justificar homenagem

2015-10-21

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Testemunho do antigo Presidente da República ao NC.

É, para mim, uma grande honra receber as altas distinções – Chaves da Cidade e Medalha de Mérito Municipal de Ouro - que me foram atribuídas pelo Município da Covilhã, cidade a cujo povo estou ligado por velhos e fortes laços de afecto, apreço e solidariedade.
Se, em consciência, considero nada ter feito de especial que justifique esta homenagem, confesso também, com sinceridade, a alegria que me dá ser distinguido pelos legítimos representantes, democraticamente eleitos, de uma terra que tanto admiro. A todos, o meu muito obrigado!
Gente de carácter, de trabalho e de tenacidade, os covilhanenses souberam sempre enfrentar as adversidades com muita coragem e lucidez, conseguindo aceitar novos desafios, como aconteceu nos últimos anos ao saberem modernizar o seu tecido empresarial e torna-lo mais competitivo no mundo global do século XXI.
Ao longo da minha vida, estive muitas vezes na Covilhã. Hoje, evoco e presto homenagem a todos aqueles que marcaram nela a resistência à ditadura e deram testemunho de profundas convicções democráticas, lutando pela liberdade e pela justiça social.
Recordo também, quando era Presidente da República, o inesquecível Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, aqui comemorado em 1988, por decisão minha e sob proposta do Presidente da respectiva Comissão Nacional, o grande escritor, meu amigo e covilhanense ilustre António Alçada Baptista, a cuja memória presto tributo.
Ao agradecer estas distinções, que tanto me sensibilizam, quero, no Dia do Município, dirigir-me ao Povo desta tão bela e laboriosa região beirã, prestando homenagem às suas virtudes humanas e cívicas.
Viva a Covilhã e o seu Povo!