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Meter as mãos na massa após o desemprego

2016-04-13

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Casal desempregado da Carveste aposta em padaria tradicional na Borralheira.

Julho de 2013. Grande alarido à porta da Carveste, em Caria. A empresa de confecções, que há algum tempo dava sinais de instabilidade, suspendia os contratos de trabalho dos seus funcionários, por tempo indeterminado.

À porta da fábrica, os trabalhadores mostravam o seu desagrado pela forma como a administração comunicara a notícia. E temiam pelo seu futuro. Meses depois, a insolvência da Carveste era confirmada. Mais de 200 pessoas iam para o desemprego. Entre eles, Sandra e Luís Cruz. Um casal que reside na Borralheira. Ela, na altura, com 40 anos. E ele, com 47. Hoje, com 42, Sandra recorda esse dia. Mas com um sorriso nos lábios. "Foi um choque, na altura. Apesar de já estarmos a contar. Aconteceu no dia em que fiz 40 anos. Foi uma grande prenda" graceja.

Quase três anos após o fecho da fábrica, há ainda muita gente que não conseguiu dar um rumo à sua vida. Continua desempregada. Ou em programas ocupacionais. Outros, foram embora. Para o estrangeiro. Mas Sandra e Luís não se conformaram. "O que aconteceu a mim não me surpreendeu. Não foi grande novidade. Eu trabalhava no escritório e sabia que se não fosse num mês, seria noutro, pois a fábrica atravessava um período difícil. Nós os dois já tínhamos falado muita vez que, devido à idade que tínhamos, se acontecesse a fábrica fechar, muito dificilmente iríamos encontrar emprego na área. Mais no meu caso, que no do Luís" explica Sandra, que trabalhava na parte da contabilidade. Já o marido era técnico de manutenção de máquinas. Teve, após o desemprego, algumas propostas, mas que o obrigavam a rumar a lugares mais longínquos. Fora da região. "Ele teve algumas ofertas, mas longe, o que obrigava a deslocações. Por isso pensámos em ter algo nosso. Desde que ficamos desempregados, não foi objectivo nosso ficar nessa situação muito tempo. Tínhamos que fazer algo. Optámos por algo diferente, que pegasse nas raízes da nossa terra e que cada vez mais pessoas procurassem. Um produto diferente" conta Sandra. E assim surgiu, na Borralheira, a Padaria da Avó Rosa. Uma empresa familiar, de fabrico de pão artesanal, bem como de bolos tradicionais da Beira Baixa, em que tudo é amassado à mão e cozido em forno de lenha.

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Carveste / Sandra / Julho / Borralheira / Luís / fábrica / desemprego / Meter / massa / aposta

Entidades
Meses / Sandra / Luís Cruz / Luís / Carveste

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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