Ciganos querem outro olhar sobre eles

2016-11-09

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Uma exposição de fotografia e uma curta-metragem vão ser apresentadas.
Sensibilizar sobre a integração da comunidade cigana na sociedade maioritária é o objectivo do projecto "Fronteiras", desenvolvido pela CooLabora, e que teve a primeira de quatro sessões na passada quinta-feira, 3, na Casa da Vila do Tortosendo.

Esta primeira acção de sensibilização "Abrir Fronteiras – Etnicidade Cigana em Portugal" foi dirigida aos protagonistas do projecto que tiveram a oportunidade de assistir à apresentação da curta-metragem "Fronteiras", em que participaram, e ver em primeira mão a exposição de fotografia com os sonhos de 15 crianças e jovens da comunidade cigana do Tortosendo.

Rosa Carreira, coordenadora do projecto, explica que o mesmo pretendeu "envolver a comunidade cigana mostrando uma imagem positiva e contribuindo para que seja alterada a visão que as pessoas que não são ciganas têm".

A responsável do projecto que quer quebrar fronteiras e barreiras existentes entre etnias, realça que "muitas vezes o que acontece é que a comunidade é catalogada porque há um comportamento estereotipado que ser cigano é isto ou aquilo. E então, as pessoas depois catalogam todos os ciganos da mesma maneira."

Considera ainda que são pequenas frases e atitudes que muitas vezes fazem sentir esta comunidade à parte: "temos aqui esta exposição de fotografia com crianças com sonhos. Um sonho tão simples como: 'gostava de ir às festas de aniversário das minhas colegas de escola'. Parece que há igualdade, parece que estamos numa sociedade de oportunidade, em que eles não querem, mas há estas coisas que os fazem sentir à parte. E que depois também contribuem para que eles assumam esta posição".

"Há bons e maus em todo o lado"

Mário Cardoso, pastor da comunidade cigana do Tortosendo, considera que o projecto vai abrir fronteiras para a sua comunidade e contribuir para que "as pessoas entendam que nem todos os ciganos são maus". Assegura que "há bons e maus em todas as etnias. E não é por alguém da nossa etnia cometer um erro que temos de pagar todos pelo mesmo".

(Reportagem completa na edição papel)