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Ajudar à vida depois da morte

2018-12-05

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Desde 2006 que a Faculdade de Ciências da Saúde recebe intenções de doação de cadáveres, para utilização no ensino e investigação.

Maria, covilhanense de 81 anos, tem a idade marcada nas linhas do rosto, que o passo firme e decidido, a fluidez do discurso, o ar jovial, o aspecto cuidado e as cores vivas da roupa ajudam a atenuar. Mas a vivacidade aparente é uma cortina atrás da qual desfilam pensamentos sobre uma vida longa, que considera podia ter sido mais útil, e a noção de que a sua linha do horizonte já não está distante. Por não querer dar "trabalho nem despesa" à família, e porque tenciona após a morte compensar o que acha que não fez suficientemente em vida, vai doar o corpo à ciência.

Começou a pensar seriamente sobre o assunto quando soube que uma amiga tinha feito uma intenção de doação e tomou a decisão. Há um ano que tentava obter esclarecimentos e resposta aos contactos feitos. "Não foi fácil", estranha. Deslocou-se recentemente à Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da Universidade da Beira Interior e, no dia seguinte, tinha os documentos preenchidos, apenas a precisarem ser validados no notário. Com ela leva também os impressos para uma conhecida que pretende seguir-lhe o exemplo.

"Não tive em vida o préstimo que devia, pensei que posso, pelo menos, ter mais préstimo após a morte, porque os médicos, para tratarem bem os vivos, precisam ter onde estudar. Por outro lado, não quero que a minha família esteja a fazer despesa com o meu corpo", sublinha Maria, à porta da FCS, com os papéis na mão.

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
vida / Ciências / morte / Faculdade / Saúde / Maria / Ajudar / cadáveres / covilhanense / rosto

Entidades
Maria / FCS / Faculdade de Ciências da Saúde / Universidade da Beira Interior

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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