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A união faz a força

2019-02-20

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Os acordos municipais, que parecem andar na mó de cima, hão-de ser uma excelente forma de mais elevar os picos da nossa Estrela e suas naturais ramificações.

Muito se vem falando de regionalização, de centralidade, de coisas que mais precisamos que nos unam do que nos separem. A vizinhança sempre foi um elo de ligação atrativo que, apesar de algumas vezes dar em desavenças, muitas mais é sinónimo de compartilhas, de entreajudas na busca de um conforto comum e salutar. Na mesma rua, em tempos, todos se conheciam e se chamavam por tu sem precisarem de dar à chave ou espreitar pelo buraquinho da janela ou da fechadura.

A modernidade foi provocando afastamentos empobrecendo esse espírito e esse ambiente familiar que foi perdendo seu natural calor redundando em desleixo, para não dizer num governa-te que eu não te conheço de lado nenhum. As comunidades com as quais nos identificávamos, muitas delas foram perdendo suas características com o contínuo despovoamento a que os novos modelos de sociedade nos foram obrigando. E não podemos pôr culpas apenas em alguns, porque quase todos deixámos o torrão natal de origem para nos fixarmos onde o desenrolar do dia a dia nos parecia proporcionar novas expetativas, novas formas de encarar o futuro, na esperança de uma eterna melhoria e busca de um melhor sistema de vida. Saímos do nosso torrão para uma outra dinâmica de natureza familiar e social. Dispersámo-nos, ao fim e ao cabo, quase sem darmos conta disso ou sacudindo a água do capote como tantas vezes ouvimos dizer. Só que as vias de aproximação vão das coisas pequenas até às maiores e, nos dias que correm, muito se fala da proximidade geográfica e suas virtualidades. Isto é tema que vai sendo espalhado pelos ares e no qual podemos enquadrar a agregação de algumas freguesias, que foi já começo dessa doutrina, apesar de nem sempre ser nos moldes mais recomendados nem do agrado dos seus verdadeiros moradores.

A aproximação das pessoas é, sem dúvida, uma forma de colocá-las na busca de um bem comum que fomos deixando fugir e perdemos, quase sempre atirando as culpas para os parceiros do lado.

A centralidade geográfica onde nos incorporamos e nos caracteriza é um motor de desenvolvimento que nem sempre temos aproveitado porque cada um, cada freguesia, cada concelho e até cada distrito vai puxando brasas à sua sardinha, marimbando-se na do seu vizinho do lado. A amizade e solidariedade são desafios que podem proporcionar o verdadeiro intercâmbio sem o qual as reformas económicas, os progressos tecnológicos e sociais, em suas diversas vertentes, não serão fáceis de atingir.

Os desafios incorporados na nossa Estrela, onde tantas vezes colamos o olhar e muito mais deveríamos abraçar, são uma marca que nos identifica e nos deve aproximar e orgulhar, pois ela é um polo de verdadeira atração de gentes que muito nos poderão trazer e fazer crescer em todos os sentidos.

Os acordos municipais, que parecem andar na mó de cima, hão-de ser uma excelente forma de mais elevar os picos da nossa Estrela e suas naturais ramificações. Uma Beira com estudos concentrados no dinamismo ambiental, em vertentes de natureza industrial e comercial com desafios de proximidade científica tem que ser aproveitada como motor de desenvolvimento e fixação de valores e braços que jamais poderão ser desleixados ou perdidos.



Autor
Sérgio Gaspar Saraiva

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
Estrela / busca / quase / regionalização / separem / união / força / falando / precisamos / unam

Entidades
mó de cima / Estrela / Beira

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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