Projecto cultural põe ciganos da vila a cantar

2019-11-20

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É um projecto cultural de integração, que foi apresentado no final de Outubro no Alto Comissariado das Migrações, e que depois de já ter passado por locais como Elvas, Santo Tirso, Vidigueira, Cuba, Pias e Coimbra, também já chegou a Belmonte. O "Música Cigana a gostar dela própria", dinamizado pela associação A Música Portuguesa a Gostar dela Própria, tem como grande objectivo "quebrar preconceitos sociais" e "desmitificar ideias", segundo conta o responsável do projecto, o documentarista Tiago Pereira.
Na semana passada, em Belmonte, foram gravados cerca de uma dezena de vídeos, com jovens da comunidade cigana que cantaram as suas músicas, à semelhança do que já tinha sido feito noutros locais. "A música cigana, de facto, é um nicho que está escondido e é só para eles e eu acho que tem de ser conhecida", explica à Lusa Tiago Pereira, realizador e documentarista.
Segundo Tiago Pereira, o objectivo é "mapear e encontrar o terreno da música cigana e tentar descobrir coisas que só podem ser descobertas com gravações. Por exemplo, se a música cigana é toda ela baseada no flamenco, se a língua mais falada será o espanhol, o castelhano ou galego – mais a norte – se é permeável a outras influências". "A ideia é perceber a variedade gigante que existe na música cigana e entendê-la como música portuguesa que é, porque os ciganos que vivem em Portugal são portugueses", sublinha.
Em Belmonte, em colaboração com a Beira Serra e o projecto JUMP E7G, inserido no programa Escolhas, que tem como objectivo "valorizar a educação como agente de mudança e transformação para a vida das crianças e jovens", e que funciona junto dos alunos do Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral, foram gravados vídeos no Castelo, Miradouro e Centro Histórico, com jovens ciganos como o Ivan, Mislaindre, Neide, Jonatas, Marino, Érica Gomes, Miquéias, Safira Gomes, Lucas, Axel, Wilson e Taísa.