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"A CDU é precisa na Câmara"

2009-09-23

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Entrevista a Jorge Fael.
Notícias da Covilhã- Porque é que se candidata à Câmara da Covilhã?

Jorge Fael- Porque a CDU considera importante renovar a confiança que depositou em mim há quatros anos atrás. Ganhei mais experiência, com trabalho autárquico intenso na Assembleia Municipal. Os eleitos da CDU lá são os que mais trabalham, que analisam os documentos com ponderação e rigor. A avaliação negativa que fazemos desta maioria também é um dos motivos para a candidatura. Sinto que posso, com o projecto CDU, contribuir para o desenvolvimento sustentado do concelho.

Há quatro anos, a CDU foi a terceira força mais votada, mas não elegeu um vereador. É esse o objectivo, este ano?

Estamos preparados para assumir toda e qualquer responsabilidade que os covilhanenses nos atribuam. Temos uma equipa diversificada e competente, com experiência, que assumirá o que os resultados ditarem. Estou pronto para ser presidente da Câmara, ou para ser vereador, ou para nem ser eleito. A democracia é assim mesmo. Mas creio que é possível e necessário eleger um vereador. Estes últimos quatro anos mostraram que a CDU é precisa na Câmara. Era importante regressar.

Que projecto apresentam?

Um projecto com propostas alternativas a esta maioria do PSD. Consideramos, ao contrário dela, que abraça os grandes grupos económicos, que esse não é o caminho. Veja-se o caso do Colégio Internacional. As isenções de taxas e doação de terreno dariam para construir três escolas públicas de qualidade. Veja-se a factura da água. Veja-se a cobrança da derrama, que deveria servir para programas de incentivo e apoio às micro e médias empresas. No domínio do território, defendemos um planeamento público e global, e não o que acontece agora.

São essas algumas das prioridades…

Prioridades que sempre defendemos e que não precisamos de alterar. Mesmo não estando na Câmara, não mudamos porque mantêm-se perfeitamente actuais. A nossa coerência política é algo de que nos orgulhamos. Por nós, não haveria privatização da água. Uma das nossas prioridades será mesmo criar as condições necessárias para o retorno da água ao capital 100 por cento público. A realidade mostra que no País há serviços municipalizados que funcionam bem. Os custos da privatização estão à vista e a factura vai subir nos próximos anos. A Covilhã é o nono município com o preço da água mais cara, isto segundo um estudo insuspeito do Expresso. Se consultarmos o site do INAG, isso também é comprovado. Nada justifica isto. E sem aumento de qualidade.

O que propõem?

Uma visão de gestão pública municipal que esta maioria não tem. Para além da água, prepara-se para entregar a recolha dos resíduos em 22 freguesias. Nós discordamos desta política de privatização. Porque isso significa clientelismo político e menos transparência. Mais: o que o privado embolsa não é reinvestido no sistema. É um absurdo.

Para além desta questão da água, o que mudariam?

Na área da educação, por exemplo, Carlos Pinto prometeu duas línguas estrangeiras nas escolas do município, mas isso não acontece. Foi pura mentira. Entre outras muitas obras e promessas, como a periférica, as barragens, o centro de artes, circulares às freguesias, piscinas, enfim, um rol de promessas por cumprir.

Mas a Câmara atribui muitas vezes culpas ao Governo…

A Câmara atribui a outros as suas próprias dificuldades e incompetências. É claro que às vezes também há responsabilidades da administração central, seja PS ou PSD governo. Mas esta Câmara tem aumentado as receitas. Basta ver os impostos. E as transferências da administração central para a Câmara têm crescido. Se calhar não crescem como deveriam, mas a autarquia não se pode queixar de falta de receitas. A questão tem a ver com as prioridades que se têm. E nós temos outras.

Como por exemplo…

Uma delas é requalificar o território. A cidade não pode continuar a engordar à custa do emagrecimento das freguesias. É imprescindível recuperar centros históricos. A denominada SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana) Nova Covilhã nada fez. Nem na Covilhã e muito menos nas freguesias, onde a intervenção é praticamente nula. Nós, por exemplo, não teríamos investido dinheiro na Ponte Pedonal. Não era uma prioridade.

Mas Carlos Pinto diz que se não fosse para isso, o dinheiro não chegaria à Covilhã

Isso não é verdade. Não está demonstrado. Mas já que fala grosso para a administração central, teria aí tido a oportunidade para dizer que esse não era um projecto prioritário, pedindo que o dinheiro fosse encaminhado para reabilitação urbana. Veja-se o que se está a fazer no futuro edifício da Assembleia Municipal. Então, o Cine-Centro não daria para readaptar? Não tenho a certeza que este edifício cumpra os parâmetros urbanísticos, para além do impacto visual que tem. Este tipo de projectos não qualifica o Centro Histórico. Espero que ao menos lhe corresponda uma nova Assembleia Municipal em termos humanos, com outra atitude. Nós queremos uma Covilhã mais justa e democrática, onde o poder económico é subordinado ao poder político. Na Covilhã, temo que isso não aconteça.

Sendo oposição na Assembleia, como vê o trabalho de outros partidos na fiscalização do trabalho da autarquia?

O PS ganhou um vereador em 2005 e não fez por merecer isso. Sei que o exercício democrático, no executivo, tendo em conta a actuação da maioria, não é fácil, mas também não o é na Assembleia. Penso que o problema é também o facto do PS não ter projecto. Durante este mandato, foi um partido sem alternativas. Lembro-me de uma Assembleia, uma das mais importantes, terem entrado mudos e saído calados, quando se discutia um plano e orçamento. Não fizeram o trabalho de casa.
(Entrevista completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
CDU / Câmara / Covilhã / Assembleia / Fael / Câmara´ / Notícias / água / Jorge / projecto

Entidades
Jorge Fael Notícias da Covilhã- Porque / Carlos Pinto / CDU / Câmara / PSD

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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