Chamam-se Quarteto Fantástico, como os quatro super-heróis, e quem os veja actuar até pode pensar que têm super-poderes. Afinal a força e elasticidade dos quatro estudantes da UBI, naturais da Covilhã, Teixoso, Tortosendo e Jarmelo, resultam de horas de treino.
Saltam, dão cambalhotas, fazem flics, espargatas, pinos deslocados, pontes no ar e contorcem-se a ponto de parecerem de borracha. À parte técnica aliam a música e a dança, num espectáculo onde a ginástica acrobática é complementada de forma a fazer algo com que o público se divirta.
Chamam-se Quarteto Fantástico, estudam os quatro na UBI e desde o início do Verão que, com essa designação, se têm exibido em festas, casamentos, saraus e até comícios partidários. Telma Miragaia, 23 anos, a mais extrovertida do grupo, já fazia dupla com João Cantador, 24 anos, que conheceu quando veio de Jarmelo estudar Medicina, e passou a treinar com a classe de ginástica da Escola Frei Heitor Pinto, em 2004.
Pedro Silva, 21 anos, natural do Teixoso e aparentemente o mais apaziguador do grupo, fazia parelha com Bruno Martins, 19 anos, o mais calado dos quatro, residente no Tortosendo. Todos treinavam no liceu, como hoje ainda fazem. Quiseram experimentar algo diferente, fora dos cânones, e no ano passado decidiram fazer uma quadra de três homens e uma mulher, formação que em competição nem existe.
"Somos todos muito diferentes", constata Telma. E nem sempre é fácil chegar a consenso na hora de alinhavar a coreografia com que se apresentam ao público, reconhece Pedro, aluno de Electrotécnica. Mas Nito, como Bruno é tratado, assegura que os treinos representam para os quatro diversão. "Há dias em que passamos mais tempo a rir que a treinar".
Sem molas nos pés
Se Pedro e João funcionam normalmente de suporte, quando trepam para cima uns dos outros ou quando se atiram a rodopiar no ar, Bruno é o homem dos saltos e Telma explora sobretudo a flexibilidade. Desenham com os corpos figuras, equilibram-se em posições improváveis para o comum dos mortais, parecem ter molas nos pés. O segredo, para eles, os três covilhanenses, está na força de braços e abdominais.
O treino é importante, mas ultimamente não tem sido muito, dada a dificuldade em conciliar os compromissos dos quatro. No passado, exercitavam o corpo três vezes por semana. Mas a rotina a trabalharem juntos ajuda a ultrapassar a redução nas horas de treino. As condições também não são as ideais. Estão gratos à escola que lhes disponibiliza o pavilhão, só que não têm, por exemplo, máquinas de musculação, uma componente importante.
Ginasta desde muito jovem, Telma, a Miragaia, como os parceiros a apelidam, deixou de se considerar como tal. "Procuramos divertir-nos. Claro que a base é a ginástica, mas depois no nosso esquema incluímos figuras que nem sei se existem formalmente".
A actuação é de dez minutos. Quando lhes pedem para prolongar incluem os números das duplas que faziam antes de serem o Quarteto Fantástico. Para actuarem basta-lhes um espaço minimamente plano e com alguma altura, não vão bater com a cabeça no tecto num salto mais alto. Eles metem a base esponjosa no velhinho Mercedes e deslocam-se onde os chamam.
(Texto na íntegra na edição em papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Fantástico / Quarteto / Telma / Bruno / borracha / UBI / Pedro / Chamam-se / Jarmelo / ginástica
Entidades
Quarteto Fantástico / Telma Miragaia / João Cantador / Pedro Silva / Bruno Martins
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