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Eles querem os jovens a viver a noite sem riscos

2009-12-16

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Três vezes por semana jovens técnicos estão de madrugada numa carrinha junto a estabelecimentos de diversão na Covilhã e Fundão, para tentar minimizar danos dos excessos de consumo de álcool e drogas.

"Não faças misturas", aconselha a assistente social Olga Ribeiro ao elemento de um grupo de estudantes que se passeia de madrugada pelo Pelourinho, na Covilhã, a partilhar uma garrafa de vodka. Ao contrário de outros jovens que vão passando, os cinco amigos não parecem alcoolizados e aproveitam para conversar com os técnicos do projecto Vive a Noite sobre más experiências que já presenciaram.


No terreno desde Fevereiro deste ano, a carrinha com quatro jovens dentro, estacionada às quintas e sábados de madrugada em frente à Câmara da Covilhã, é já uma presença habitual. Uns não sabem o que está ali a fazer, outros dirigem-se lá com alguma frequência, mas tornou-se uma presença notada para quem sai à noite para se divertir. E em muitos casos cometer excessos.


O objectivo da equipa, com idades entre os 25 e os 29 anos, é a redução de riscos e a minimização de danos. Mais que dizer não bebas ou não consumas drogas, procura-se essencialmente dar dicas para que o façam em maior segurança e alertar para eventuais consequências de determinados comportamentos, num ambiente informal.


Quem se dirige à unidade móvel é sobretudo para pedir preservativos, distribuídos gratuitamente. Quando a noite já vai longa também há quem entre para testar os níveis de alcoolemia. Ou são convidados a fazê-lo, para dissuadir quem está alcoolizado de conduzir. Não foi por não se achar sóbrio que Ricardo, de 19 anos, aluno de Engenharia Aeronáutica, fez o teste, até porque não tem carro. Há alguns meses recorreu à carrinha para experimentar o teste, que nunca tinha feito, e ficar com noção da taxa de álcool no sangue depois de ingerir cerveja. "O resultado foi mais ou menos o que estava à espera, dentro dos valores permitidos por lei para conduzir", conta.


Hélio, 18 anos, também aluno da UBI, depois de alguma hesitação da amiga, decide dirigir-se à unidade móvel para pedir preservativos, como alguns colegas têm o hábito de fazer. "Hoje há uma novidade. Só temos estes, femininos", informa Olga. Não é a primeira vez que Hélio se dirige à equipa. Tal como Rita, que o acompanha, já viu gente com quem saiu decidir não conduzir depois de ter medido a taxa de álcool e conversado com os técnicos, pouco mais velhos que eles.

Este é, aliás, um aspecto valorizado por Hélio. "Se calhar se não fossem jovens que estivessem aqui teríamos vergonha ou não sentiríamos o mesmo à vontade para vir cá pedir".

Não são raras as vezes em que puxam conversa com quem passa junto à carrinha com aspecto de quem já não está na posse de todas as faculdades. "Procuramos saber se estão com carro, se há mais alguém que possa conduzir ou tentamos que vão de táxi para casa. Essa é uma das formas de reduzir riscos, porque ao conduzir embriagado aumenta a probabilidade de ter um acidente e de magoar outras pessoas", nota Filipa Batista, 25 anos, a coordenadora da equipa de quatro pessoas: um enfermeiro, uma assistente social, um psicólogo e própria, licenciada em Relações Internacionais.

Embora notem que todos fazem praticamente o mesmo. "Cada um deu formação aos colegas nas suas áreas", informa Filipa. "Já chegámos ao ponto em que não se identifica quem é quem. Interagimos bem dessa forma", acrescenta Olga.

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Covilhã / jovens / Fundão / Pelourinho / Ribeiro / madrugada / técnicos / conduzir / carrinha / Olga

Entidades
Olga Ribeiro / Ricardo / Hélio / Olga / Rita

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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