Na Serra da Estrela.
O ministro da Agricultura, António Serrano, admitiu na segunda-feira, 30 de Agosto, que a reflorestação das áreas ardidas na Serra da Estrela só deverá ocorrer após a intervenção de recuperação de solos, apontando para Março de 2011.
"O fundamental agora, que temos que garantir, é a intervenção, nos terrenos, de emergência pós incêndios" através de medidas que "estão a ser programadas", disse o ministro aos jornalistas em Seia, onde iniciou uma visita às áreas ardidas naquela zona do distrito da Guarda.
Segundo António Serrano, a Autoridade Florestal Nacional está a elaborar os relatórios da área ardida nos concelhos da região da Serra da Estrela tudo apontando para a destruição de mais de 4500 hectares de área. "É precioso fazer aqui uma intervenção de recuperação de solos na ordem de um milhão de euros", anunciou o ministro, no início da sua deslocação a zonas ardidas dos concelhos de Seia e de Gouveia, esclarecendo que se está a "falar de limpeza e de recuperação de linhas de água". Disse que "esse é o trabalho de emergência que tem que ser feito em todas as zonas onde houve incêndios" e "só depois desse trabalho realizado e depois de ser planeada a intervenção na florestação, é que ela pode decorrer". Pelas contas do ministro, que falava aos jornalistas no Centro de Meios Aéreos de Seia, a reflorestação das áreas ardidas "nunca irá decorrer" antes de Março de 2011.
Entretanto, o Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) anunciou que perto de cinco mil hectares de floresta arderam este mês no Parque Natural da Serra da Estrela, correspondendo a 5,52 por cento da área total.
Segundo dados provisórios do ICNB, os incêndios florestais que deflagraram entre 1 e 20 de Agosto nos concelhos de Celorico da Beira, Seia, Gouveia e Guarda consumiram 4878 hectares.
Nesta deslocação, o ministro também contactou com populares de Girabolhos (Seia) e de Cativelos (Gouveia), a quem deu conta das medidas disponibilizadas pelo seu Ministério "para alimentação animal" e para a floresta. Sobre críticas do CDS-PP relativas à fraca execução de verbas do PRODER em relação às florestas, o titular da pasta da agricultura disse: "infelizmente não é por termos mais ou menos dinheiro que temos mais ou menos incêndios". Recordou que entre 2000 e 2009 foram investidos mais de 340 milhões de euros e que o actual quadro comunitário tem 450 milhões disponíveis. "Neste momento, estão 56 milhões contratados, em execução e pagamento, e mais de 50 milhões em análise", declarou, concluindo que "não é certamente [devido] à falta de recursos financeiros que temos mais ou menos dificuldades para melhorarmos o nosso desempenho neste domínio".
Autor
Notícias da Covilhã
Categoria
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Actualidade
Palavras-Chave
Serra / Estrela / Seia / ministro / ardidas / intervenção / Serrano / António / recuperação / Gouveia
Entidades
António Serrano / ICNB / CDS-PP / PRODER / Serra da Estrela
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