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Só metade dos carros continua na A23 após a introdução de portagens

2012-03-20

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Antes, eram nove mil viaturas por dia. Agora, cerca de cinco mil.

Desde que, em Dezembro do ano passado, foram introduzidas portagens na Auto-estrada da Beira Interior (A23), que liga a Guarda a Torres Novas, quase metade dos veículos que por lá circulavam desapareceram. Os dados foram revelados na semana passada pelo director-geral da concessionária da A23, a Scutvias, Levi Ramalho.
Segundo este responsável, a A23 tinha um tráfego média diário anual (TMDA) de 11 mil veículos até 2008, caindo depois para nove mil "devido à crise" e ronda actualmente os cinco mil depois de introduzidas as portagens. As quebras mais significativas "neste tipo de processos" acontecem "no início da introdução de portagens, com quebras de 40 a 45 por cento. Depois há recuperação gradual, mas não total", afirma Levi Ramalho. Para o director geral da Scutvias, os números que melhor ilustram a crise respeitam à quebra de circulação de veículos pesados de transporte internacional de mercadorias na A23: de mil e 800 (TMDA) no primeiro semestre de 2008 para cerca de 800 actualmente. Uma quebra de mais de metade, que ilustra a redução das "transacções comerciais", considera.
Na passada semana, aquando da apresentação do VII Festival de Música da Beira Interior, promovido em parceria pela Scutvias com as autarquias abrangidas pela A23 (ver página da cultura), os presidentes de câmara de Abrantes, Castelo Branco e Guarda defenderam a revisão dos preços de portagens nesta via. Segundo eles, esta auto-estrada, que devia servir para a coesão, tem hoje "um efeito contrário", afirma Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes. A autarca deixou um alerta, defendendo ser necessário "rever os valores das taxas de portagem de Torres Novas a Espanha", porque são "proibitivas e inibidoras" da circulação na A23. Para Maria do Céu Albuquerque, "é fundamental a revisão para criar condições de competitividade" para a região.
Esta posição foi secundada por Joaquim Morão, presidente da Câmara de Castelo Branco. "O País tem de ter consciência do que se passa. Ninguém circula na auto-estrada", disse Morão.
Partilhando das mesmas preocupações, o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, defendeu "a isenção de portagens na A23, enquanto a região não alcançar os níveis de desenvolvimento" da média nacional.
Levi Ramalho, diretor-geral da Scutvias, considera a aspiração dos autarcas de revisão dos preços "perfeitamente legítima", mas remeteu-a para "os dois ministérios com a tutela das auto-estradas, Finanças e Economia".



Autor
Notícias da Covilhã

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
portagens / Scutvias / câmara / Ramalho / metade / Levi / Guarda / TMDA / veículos / Interior

Entidades
Levi Ramalho / Maria do Céu Albuquerque / Joaquim Morão / Morão / Joaquim Valente

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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