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Tubarões azuis engolem euforia lusa

2010-05-26

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Portugal empata 0-0 com Cabo Verde, na Covilhã.

Músicas como a "Macarena", "Aperta aperta com ela", Banda da Covilhã a tocar, avionetas a desfilarem pelo ar, vuvuzelas ruidosas, adeptos trajados a rigor e bandeiras da selecção nas mãos de cerca de sete mil adeptos. Foi assim o primeiro teste da selecção nacional na Covilhã, na passada segunda-feira, 24. Um espectáculo em termos de logística, uma decepção em termos de resultado e exibição. É que o onze das Quinas não foi capaz de superar a frágil selecção de Cabo Verde, empatando a zero. No final houve festa…azul, por parte de cerca de uma centena de cabo-verdianos que não se calaram de princípio a fim da partida, num apoio fantástico aos "Tubarões azuis".

Num jogo com pouco mais de meia casa (a lotação do Complexo é de 12 mil lugares, mas no encontro cerca de sete mil pessoas marcaram presença), a equipa de Carlos Queiroz apanhou uma defensiva e bem organizada equipa de Cabo Verde, que raramente se desorganizou frente aos craques lusos. No primeiro tempo, num jogo algo lento, apenas pela esquerda, fruto da dinâmica de Nani e da profundidade ofensiva que Fábio Coentrão dá ao jogo, é que a selecção foi criando perigo. Ronaldo ainda tentou num livre fazer golo, Pedro Mendes, num remate de ressaca, ainda assustou o guardião Fock, mas pouco mais se viu. Na segunda parte, já com algumas alterações no onze, Portugal entrou mais rápido e pressionante, Ronaldo surgiu mais perigoso e rematador, e até tentou marcar "à Maradona", desviando um cruzamento de Hugo Almeida para a trave…com a mão. De negativo, a lesão de Tiago, que será reavaliada de modo a se saber se o médio do Atlético de Madrid estará em condições de ir ao Mundial.

No final da partida, o seleccionador português desvalorizou o resultado, e disse ter-se tratado apenas de um jogo treino em que o mais importante era criar rotinas de jogo e ninguém se magoar, o que acabou por não acontecer. Cristiano Ronaldo assegurou uma equipa a "200 por cento" na África do Sul, reconhecendo que o que a equipa fizera foi "nada". O capitão luso reconheceu a má exibição, mas "é melhor jogar mal agora e estar bem no Mundial". Já o seleccionador de Cabo Verde, João de Deus, reconheceu que o resultado foi "extraordinário" para a sua equipa.

No fim do jogo, o sentimento entre adeptos era bem diferente. Os muitos alunos cabo-verdianos da UBI festejavam como se tivessem ganho o Mundial. "Se Portugal, com esta equipa, vai lá, nós também podemos sonhar, um dia" afirmava um jovem "tubarão azul". Um sentimento que engolia a euforia lusa. Uma jovem da Banda da Covilhã expressava que "a jogar assim contra estes, com os Camarões levamos uma sova". Mais radical, havia quem propusesse um novo plano de treinos a Queiroz: "agarrava neles todos, com um saco de 100 quilos às costas, e fazia-os regressar a pé para as Penhas da Saúde".

Seja como for, o director desportivo da selecção, Carlos Godinho, diz que o grupo está "unido e confiante" quanto à participação no Mundial, e faz um "balanço positivo" quer do pré-estágio, quer da primeira fase do estágio. Que termina na terça-feira, dia 1, com o particular frente aos Camarões no Complexo Desportivo.



Autor
NC

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
Covilhã / Aperta / Verde / Cabo / selecção / Macarena / jogo / Mundial / equipa / Músicas

Entidades
Carlos Queiroz / Nani / Fábio Coentrão / Ronaldo / Pedro Mendes

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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