É a previsão dos empresários albicastrenses devido às medidas de austeridade.
Os responsáveis de associações empresariais do distrito de Castelo Branco antevêem encerramentos e desemprego na sequência das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo na passada semana.
Rogério Hilário, presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão, com 1400 associados, acredita que as medidas anunciadas vão ser "a machadada final para várias empresas do Interior". Para aquele responsável, "é o fim da linha deste modelo económico e destas políticas", apontando para um aumento do desemprego. Rogério Hilário lamenta que as medidas não começassem a ser aplicadas "há cinco anos" para que a factura não fosse "tão pesada" agora.
O presidente do Núcleo Empresarial de Castelo Branco (NERCAB), Jorge Martins, admite que as medidas obriguem várias empresas a "reajustarem-se". Com aumento do IVA, a procura deverá abrandar "e a produção deverá diminuir, logo, vai haver reajustes nas empresas: nem terão outra possibilidade, senão pensar na melhor forma de não pararem", sublinha o empresário. Os reajustes "poderão passar pela negociação com funcionários, reformas antecipadas ou até mesmo despedimentos", que Jorge Martins acredita virem a aumentar. O presidente do NERCAB, que tem 220 empresas associadas, receia em especial o desemprego de longa duração, com muitas pessoas "a não terem sequer subsídio de desemprego".
Na Covilhã, Miguel Bernardo, director executivo da associação comercial e industrial teme que a crise se agrave, "por passar a ser a crise de ninguém ter vontade de fazer nada" pelo facto de a economia estar a ser gravemente contraída. A preocupação é que "daqui a quatro ou cinco meses sejamos confrontados com um novo pacote de medidas e, de passo em passo, andemos a contrair a nossa economia", diz. Para o director executivo da Associação Comercial e Industrial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, com 1100 associados, o País está a entrar "num círculo vicioso, que exige mais impostos, e que contrai ainda mais a economia".
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã e a Comurbeiras – Comunidade Urbana das Beiras, que agrupa 12 municípios, prefere aguardar pelos números detalhados do Orçamento de Estado para 2011 para avaliar impacto para as autarquias. "Vamos aguardar para sabermos exactamente do que estamos a falar e perceber a extensão dos cortes anunciados", refere o autarca.
Autor
Notícias da Covilhã
Categoria
Local
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Castelo Branco
Palavras-Chave
medidas / austeridade / desemprego / Governo / presidente / empresas / Associação / Comercial / Castelo / Covilhã
Entidades
Rogério Hilário / Jorge Martins / Miguel Bernardo / Carlos Pinto / Associação Comercial
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