Estudo dos empresários aponta para o fecho de 6800 empresas.
"É a morte da região". É assim que António Ezequiel classifica a introdução de portagens na A23, A24 e A25, por parte do Governo, em Abril, partindo das conclusões do estudo que o movimento "Empresários p'la subsistência do Interior" realizou sobre o impacto das portagens no tecido económico e social da Beira Interior. O mesmo foi apresentado na passada segunda-feira, 14, na Covilhã, e as conclusões não são nada animadoras. Aliás, a confirmarem-se os dados, são mesmos catastróficos.
Segundo o estudo, cujos questionários 542 empresas dos distritos de Castelo Branco, Viseu e Guarda responderam, com as portagens o emprego irá diminuir, o investimento também, tal como a exportação. E com tudo isto, os custos no produto final irão aumentar, tais como os custos nas matérias-primas. Estima-se a perda de 17 mil e 100 postos de trabalho a curto/médio prazo e o encerramento de cerca de seis mil e 800 empresas. "A situação é muito complicada" admite Luís Veiga, empresário hoteleiro, que não tem dúvidas de que as portagens irão ajudar a acentuar a desertificação. "È a nossa grande preocupação: a falta de massa crítica, o acentuar da emigração e o êxodo" afirma o mesmo empresário, que cataloga a decisão do Governo de "precipitada e sem nexo. Há muitas empresas que prevêem o fecho e nada foi feito para impedir que estes impostos fossem pagos por todos nós".
O estudo aponta para que cerca de 48 das empresas reduzam as suas áreas de negócio, e 11 por cento admitem encerrar no imediato. Há outras, na ordem dos 5,6 por cento, que admitem uma deslocalização. Mais de 60 por cento admitem despedir trabalhadores. E há empresas, nomeadamente as de transporte de mercadorias, que admitem um aumento de custos na ordem dos 250 mil euros. No agro-alimentar, há quem aponta para um aumento dos custos médios na ordem dos 12 por cento. E depois, há também a situação dos trabalhadores, que para se deslocarem para os seus respectivos postos de trabalho, utilizam todos os dias as auto-estradas (cerca de 78 por cento dos que responderam). Para eles, o custo médio aumenta 135 euros por mês. "Os custos sociais desta medida serão enormes. Se as pessoas começarem a pensar que mais vale ficar em casa que ir trabalhar, a situação será mesmo muito grave" avisa Luís Veiga.
(Notícia completa na edição papel)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Portagens / Estudo / empresas / Interior / custos / admitem / mesmo / Governo / ordem / aponta
Entidades
António Ezequiel / Luís Veiga / A23 / A24 / A25
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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