Com mais IVA, Espanha é o caminho

2010-10-06

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Associação Comercial da Guarda teme perder clientes para Espanha.

O presidente da Associação de Comércio e Serviços da Guarda (ACG), Paulo Manuel, prevê que o aumento do IVA para 23 por cento, na sequência das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, afaste os consumidores das regiões fronteiriças do país para Espanha.

Segundo Paulo Manuel, o IVA em Portugal será de 23 por cento e em Espanha irá manter-se nos 18 por cento, situação que "vai reflectir-se" nos hábitos de consumo dos habitantes nos territórios situados junto da fronteira. Indica que a taxa de IVA nos dois países será de uma desigualdade percentual de cinco por cento, que considera "uma diferença impressionante".

Segundo o responsável "é uma diferença enorme e isso vai reflectir-se nos preços dos combustíveis e também no preço de produtos como vestuário, electrodomésticos, computadores, etc., o que pode levar mais portugueses a fazerem compras em Espanha", admite o responsável em declarações à Lusa. Admite que o futuro será "complicado" para os comerciantes da região da Guarda, prevendo que "a percentagem de portugueses que se dirigem a Fuentes de Onõro, Ciudad Rodrigo ou até a Salamanca [em Espanha] para fazerem as suas compras, será maior".

O presidente da ACG receia que as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo criem "um cenário de grande incerteza" para o sector comercial e "coloquem em risco todos aqueles que decidem fazer investimentos". Refere que o setor do comércio "está sempre sujeito a grandes flutuações de procura" e que "o futuro é cada vez mais incerto". Paulo Manuel também diz que as políticas anunciadas terão "um efeito muito negativo ao nível da economia da Guarda", referindo que "as dificuldades são muitas", daí que "muitas lojas vão fechar" nos próximos tempos. "Não temos dúvidas que vão fechar muitos estabelecimentos comerciais", declara, recordando que os comércios da Guarda já registam "quebras dos índices de consumo" agravados pelo aumento do desemprego na região, onde "não aparecem alternativas de emprego". Por tudo isto, o representante dos comerciantes afirma que "a realidade que se coloca ao pequeno comércio é grave".