NEWSLETTER MEDIA
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário O Arquivo Web do Notícias da Covilhã.
Explore o passado deste jornal centenário

Nem a chuva trava a luta

2010-10-13

00:00    00:00

Apesar do mau tempo, automobilistas aderiram à marcha lenta contra as portagens.

Debaixo de chuva, com muito vento à mistura, equipados com uns impermeáveis ou com uns guarda-chuvas, mas com muita determinação. Foi assim o protesto contra a aplicação de portagens na A23 na passada sexta-feira, 8. A Comissão de Utentes da A23 realizou na região uma marcha lenta entre Belmonte e Castelo Branco, que durou cerca de três horas, que apesar do "inimigo mau tempo" mobilizou várias dezenas de automobilistas que aderiram de forma expressiva a um protesto que também decorreu a nível nacional em outros locais do País onde as SCUTS (Auto-estradas Sem Custos para o Utilizador) poderão mais chamar-se, brevemente, de CCUTS.

Depois da saída de Belmonte, os vários automobilistas que aderiram juntaram-se no Parque Industrial do Canhoso onde, debaixo de intensa chuva, se iam colocando os cartazes da ordem em que se dizia "Contra as portagens na A23, A24 e A25" ou pura e simplesmente "Portagens, não!" Houve quem mesmo com a água a entrar para dentro das viaturas não deixasse de abrir o vidro para colocar umas buzinas a tocarem, que se fizeram sentir de forma mais expressiva na chegada a Castelo Branco.

Os custos que esta medida terá para a região, nas famílias e nas empresas, voltaram a ser muito criticados pelos utentes, apesar das medidas de isenção e descontos previstos para os residentes, que segundo os utilizadores não servem quem diariamente tem que passar pelas auto-estradas, João Pedro Delgado, porta-voz da Comissão, lembrou os "vários milhões de euros" que, por ano, as empresas terão que pagar para suportar este custo adicional, através das suas frotas de camiões, e que por isso, terão que seguir um de dois caminhos: "ou os produtos chegarão mais caros ao consumidor final ou então vão ter que declarar falência". Este responsável também recordou o prejuízo que as portagens terão no quotidiano de algumas famílias, nomeadamente daquelas que têm pessoas deslocadas por razões profissionais, como é o caso dos professores, entre outros. "As pessoas, às vezes, têm mesmo que andar na A23 porque, pura e simplesmente, não existe alternativa" afirma. João Pedro Delgado lembra que a A23, em alguns sítios, foi mesmo construída em cima de troços do antigo IP2 e que a alternativa "estrada nacional" ou é sinuosa em muitos sítios, ou está degradada ou "nem sequer existe".

Apesar da chuva, a adesão da população "em geral" é elogiada por este responsável, que promete que a luta e contestação irão continuar até que o Governo opte por repensar esta medida. Esta acção inseriu-se numa iniciativa que teve eco em outras regiões, como em Viseu, onde as portagens na A23, A24 e A25 também foram contestadas com a organização de um buzinão.

O porta-voz da comissão, Francisco Almeida, garantiu à Lusa que, "se o Governo não inflectir posições" ou a Assembleia da República não o obrigar a fazê-lo, "seguramente a luta das pessoas não vai ficar pelo buzinão". Francisco Almeida avança que as novas acções de luta poderão passar pela "realização de marchas lentas que parem o trânsito na A25, A24 e A23" ou por "iniciativas naquilo que o Governo diz serem a alternativa", ou seja, as estradas nacionais 2, 16, 17 e 18. "Alguém imagina o que é que possa ser a vida e a circulação na EN16 se 10 ou 15 veículos de mercadorias grandes decidirem seguir de Viseu ou da Guarda para Aveiro [por essa via]?", questiona. Francisco Almeida mostrou-se confiante de que "a acção organizada das pessoas é determinante para fazer os governos caminharem neste ou naquele sentido, para fazer com que a Assembleia da República decida assim ou de outra forma". E recordou que em 2004 "tivemos um governo que jurava a pés juntos que ia introduzir portagens nestas auto-estradas. Até hoje ainda ninguém pagou portagens. O actual Governo dizia que introduzia portagens para Maio ou Junho e agora diz que é em Outubro nalgumas delas, a Norte do País. Vamos ver."



Autor
João Alves

Categoria
Local Região

Palavras-Chave
portagens / Governo / Apesar / chuva / Comissão / Almeida / luta / automobilistas / aderiram / pessoas

Entidades
João Pedro Delgado / eco / Francisco Almeida / Comissão de Utentes da A23 / Comissão

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

partilhe!

veja também

Protesto contra portagens já para a semana

Comissão de utentes anuncia iniciativas...

Novos protestos contra portagens na calha

Comissão de utentes ouviu opiniões...

VOLTAR À PÁGINA INICIAL