Estlista lança colecção alusiva à selecção

2010-05-12

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Vê no estágio uma oportunidade de negócio.
Quando a empresa em que trabalhava ficou em dificuldades e o desemprego lhe bateu à porta, a estilista Cristina Serra decidiu que era hora de concretizar um sonho antigo: abrir o seu próprio negócio, vender directamente as próprias criações. Foi o que fez. Primeiro no Teixoso, de onde é natural. Há dois meses mudou-se para a Rua Ruy Faleiro, no centro da Covilhã.

A realização na Covilhã do estágio da selecção nacional de futebol, desporto por que tem interesse, foi visto como uma boa ocasião para dinamizar o novo estabelecimento comercial, aliando o previsível entusiasmo à ideia de mostrar o seu trabalho. Foi assim que se lembrou de desenhar uma colecção com as cores nacionais. O negócio, ultimamente centrado em estampagens alusivas à equipa das quinas, tem corrido bem.

Para a criadora, a presença na Covilhã dos escolhidos por Carlos Queiroz é "uma oportunidade". Mas acrescenta que "os comerciantes têm de ter inteligência para conseguirem ganhar algum dinheiro". No seu caso, criou uma colecção centrada no estágio, com o slogan "A Covilhã Apoia a Selecção Nacional", e as encomendas não têm parado. Até porque já outras lojas da cidade estão a revender. Por arrastamento, dá a conhecer os outros artigos.

"Há que dar vida a esta zona da cidade. Esta é uma oportunidade para que o coração da cidade se abra mais, mas para isso as pessoas têm de ver tudo isto na globalidade", acentua. "Se os clientes vêm aqui propositadamente comprar uma camisola, é importante, porque ao lado vêm também uma perfumaria, ou uma sapataria". Por isso tem incentivado os vizinhos a aderirem à decoração das montras e até lhes ofereceu bandeiras.

"Já sinto o impacto da presença da selecção"
Dentro da pequena loja, no rés-do-chão do edifício do Teatro-Cine, as cores nacionais predominam. Os manequins estão vestidos com peças criadas propositadamente para a ocasião e nas prateleiras destacam-se as camisolas com os desenhos alusivos à selecção nacional de futebol.

"As pessoas escolhem o modelo, o tamanho e num minuto têm a camisola pronta. Até a podem levar logo vestida", explica Cristina Serra. "Mas aqui não há impossíveis, também podem trazer o próprio desenho ou darem ideias que nós fazemos o que as pessoas pedem", sublinha a estilista, que se "aventurou" neste projecto. "É preciso aventurarmo-nos. Eu meti-me nesta colecção que não sabia se ia vender ou não, mas sou uma pessoa muito positiva", acentua.

A partir da próxima sexta-feira, 14, quando os primeiros convocados chegarem à Covilhã, Cristina Serra imagina a cidade com mais movimento e prevê que a procura das suas criações se intensifique. Para já tem 11 modelos de camisolas, tem camisas, calções clássicos com discretos motivos em verde, vermelho e amarelo, mas mostra-se disponível para fazer outros artigos que lhe sejam solicitados.

"Eu já sinto o impacto da presença da selecção ainda mesmo antes de ter chegado, é preciso é haver dinamismo", salienta.

Gostava de vestir Miguel Veloso
A estilista espera poder assistir a algum dos seis treinos abertos ao público ou a um dos dois jogos de preparação. Caso não seja possível, tem a garantia de ver passar a comitiva diariamente à porta da loja, quando sair do hotel onde vai pernoitar, nas Penhas da Saúde, em direcção ao Complexo Desportivo, na zona baixa da cidade.

Acredita que a sua montra vai chamar a atenção. Óptimo seria receber a visita de jogadores no seu estabelecimento. "Seria um prazer recebe-los, tenho admiração por todos". No entanto, se pudesse escolher um jogador para vestir, seria Miguel Veloso. "Acho-o um rapaz com personalidade, bonito e com estilo, gostava de o ver com roupas desenhadas por mim", diz Cristina Serra.

Satisfeita pela escolha da Covilhã, até por se tratar de um catalisador do negócio, a criadora realça outro aspecto: "Quando a selecção de Portugal está em grande, as pessoas esquecem um pouco os seus problemas e vivem momentos de maior alegria. É bom haver coisas que façam as pessoas espairecer".