Seis concelhos do distrito de Castelo Branco sem verbas.
O que têm em comum, em 2011, os municípios de Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Sertã, Oleiros, Vila de Rei e Proença-a-Nova? Todos eles estão fora do Programa de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) proposto pelo Governo no Orçamento de Estado do próximo ano.
A proposta, já pública, mostra que mais uma vez o distrito de Castelo Branco recebe poucas verbas, à semelhança do ano passado, embora até haja um ligeiro acréscimo. De todo o modo, no distrito, só cinco concelhos são contemplados.
A direcção Regional de Castelo Branco do Partido Comunista já classificou este Programa de "injusto, brutal e recessivo". Segundo os comunistas, este "não é o orçamento que o distrito precisa", pois "aprofunda as assimetrias inter e intra-regionais". Segundo o PCP para Castelo Branco apenas estão destinados 0,62 por cento do PIDDAC nacional e 96 por cento das verbas inscritas destinam-se "a dois concelhos", Castelo Branco, com cerca de nove milhões, e a Covilhã, com pouco mais de quatro. Ou seja, seis concelhos ficam de fora, a maioria da zona do Pinhal e da Raia, que "ficam ao abandono".
Os comunistas dizem que este programa também não promove um desenvolvimento territorial e sectorialmente equilibrado pois está concentrado em "apenas três projectos", que absorvem quase 75 por cento das verbas: a nova prisão de Castelo Branco, o UBI Medical e a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI. Sobre o ligeiro aumento que este ano o distrito tem "não tem qualquer significado" na perspectiva comunista, já que é "inferior ao esforço exigido ao distrito" e "não compensa as sucessivas perdas de 2005 a 2010".
Para além disto, os comunistas criticam o facto do PIDDAC não ter qualquer verba destinada à saúde, esquecendo o "tão necessário" centro de saúde da Sertã, dizem que "retira" verbas para a agricultura, ambiente, indústria e comércio, "nada diz" sobre a construção de vias rodoviárias e barragens, como o caso do IC31, IC6, electrificação da Linha da Beira Baixa ou construção da barragem do Alvito, sendo por tudo isto "mau para o distrito".
O PCP diz que o PIDDAC "não pode ser desligado de outras dimensões da política do Governo PS, como o apoio do PSD" como sejam "o aumento do IVA e outros impostos e taxas para quem trabalha", e a carga "que aí virá com a introdução de portagens na A23 e A25". "Mais uma machada na já débil situação económica e social do distrito" dizem os comunistas.
(Texto completo na edição papel)
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Castelo / Vila / Branco / distrito / PIDDAC / Oleiros / Ródão / Velha / Rei / verbas
Entidades
Partido Comunista / PCP / UBI Medical / PIDDAC / IC31
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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