Na passada sexta-feira.
A proposta de orçamento, no valor de 89 milhões e meio de euros, e o plano anual de investimentos foram aprovados pela Câmara Municipal da Covilhã na última reunião do executivo, na sexta-feira, 5, em reunião à porta fechada, com a abstenção de Vítor Pereira e Graça Sardinha, vereadores socialistas.
Embora se tenha abstido, "como incentivo ao rigor que exigimos à maioria na execução deste orçamento", justificou Vítor Pereira, o vereador criticou o documento, considerando-o "desfasado da realidade" e "sem rigor".
Para o autarca, numa altura em que se atravessa "a maior crise dos últimos cem anos", o documento "peca por realismo, quando é certo que a maior parte da receita prevista (56,9 por cento) corresponde a 50 mil 922 euros, se reporta à venda de bens de investimento". Vítor Pereira faz referência às "reduzidíssimas execuções orçamentais anteriores", à crise do mercado imobiliário, tal como à crise económica e financeira para explicar porque considera o Plano e Orçamento "irrealista".
O vereador do PS mostra-se também preocupado com a "astronómica dívida existente" de cerca de 100 milhões de euros. "Só a fornecedores o município deve 11 milhões de euros", nota. "Tendo em consideração que, à semelhança do que tem sucedido em anos anteriores, nenhum património municipal será vendido, e sendo certo que não se prevê que as receitas municipais cresçam, pelo contrário, cabe perguntar como é que esta maioria pensa fazer face à despesa prevista?", questiona Vítor Pereira.
Menos três milhões do Orçamento do Estado
Carlos Pinto, presidente da autarquia, diz tratar-se de uma proposta elaborada num "quadro geral de grande contenção". Até porque as transferências do Orçamento do Estado representam um corte de três milhões de euros para a Câmara da Covilhã.
Segundo o edil, o Plano e Orçamento assenta na "manutenção e resposta a todos os compromissos assumidos, com tranquilidade e equilíbrio, estando garantida a capacidade da Câmara em termos financeiros". Por outro lado visa um conjunto de obras "que tiveram merecimento de fundos comunitários" e a que a autarquia tem de corresponder com a parte que lhe cabe, "por via de excedentes de tesouraria, ao mesmo tempo que aproveitamos os recursos disponíveis que a lei nos confere", salientou Carlos Pinto.
A expectativa do presidente da Câmara da Covilhã é que as obras já contratualizadas possam ser lançadas em 2011. Entre os investimentos apontados estão o Funicular de São João, a requalificação do Parque Alexandre Aibéo e do Parque Florestal e a construção do Centro Multifunções de Vila do Carvalho, todas empreitadas adjudicadas na última reunião do executivo.
O Orçamento e o Plano Plurianual de Investimentos da Câmara da Covilhã será discutido e posto à votação na próxima Assembleia Municipal.
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
orçamento / Pereira / Câmara / Vítor / plano / euros / sexta-feira / milhões / Sardinha / Covilhã
Entidades
Vítor Pereira / Graça Sardinha / Carlos Pinto / PS / Câmara
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