Empresas de lanifícios em risco

2010-12-15

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Por causa do aumento do preço da electricidade.

Um aumento "incompreensível e inaceitável tendo em conta a crise que afecta a nossa economia". É assim que a Associação Nacional de Industriais de Lanifícios (ANIL), em carta enviada ao ministro da Economia, Inovação e Desenvolvimento, Vieira da Silva, dá conta da sua preocupação com os anunciados aumentos nos preços da electricidade, em 2011, sobretudo para consumidores de média e alta tensão. Ou seja, as empresas, em grande parte dos casos.
Segundo a ANIL, os valores já aprovados pela Entidade Reguladora do Sector Energético (ERSE), representam um aumento de 50 por cento na média tensão e de 75 por cento na alta. Com o aumento da electricidade no mercado livre, que prevê subidas na ordem dos quatro a seis por cento, o aumento total da factura da electricidade, nas empresas, será de 15 a 20 por cento, consoante o consumo. As contas são da ANIL que diz que face também à subida generalizada dos combustíveis, como o gás, gasolina e gasóleo, a subida do salário mínimo nacional que "no sector têxtil já afecta cerca de 80 por cento dos trabalhadores" se corre "o sério risco de encerramento de uma parte importante das nossas empresas, que sendo directa ou indirectamente exportadoras têm os seus preços de venda limitados pela concorrência internacional". A ANIL pede a Vieira da Silva uma audiência para que se evitem estes aumentos "incompreensíveis".
O presidente da direcção da ANIL, José Robalo, afirma que a electricidade tem "um peso muito grande nos custos das nossas empresas" e que neste momento, face à crise, é "impossível fazer repercutir os aumentos dos custos no produto final". Por isso, a aplicarem-se estes aumentos será, "na prática, encerrar empresas não só do sector como da restante economia e aumentar o desemprego".
Já esta semana, o Jornal de Negócios dava conta do facto deste aumento nos preços da electricidade estar a levar os responsáveis da empresa Coficab, na Guarda, responsável pela produção de fios e cabos para o ramo automóvel, a pensarem sair da cidade rumo ao Magrebe.