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Reitor diz que UBI cumprirá obrigações

2010-07-07

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Entrevista ao Reitor da UBI, João Queiroz.
Um ano após a tomada de posse, o trabalho realizado é aquele que ambicionava?
De uma maneira geral, sim. Há coisas que ficaram bastante acima das expectativas e outras vão demorar muito mais tempo que o que pensaríamos no início. Os primeiros meses foram difíceis, mas o trabalho tem sido imenso. Neste momento sinto-me feliz pelo cargo que ocupo, pelas tarefas desempenhadas e os objectivos atingidos.

Quais foram essas dificuldades iniciais?
Há uma série de relacionamentos e questões novas. Entrámos no dia a seguir à tomada neste gabinete vazio. Tivemos de começar a construir, a pensar executar algumas coisas, tivemos de estabelecer relacionamentos com os ministérios, com a tutela, com outros organismos. Tinha noção do que era o trabalho, mas muita coisa nova para aprender e muita coisa que se passava na Universidade e que eu não sabia.

Apesar de fazer parte da anterior equipa…
Cortei meio ano antes de vir para aqui como reitor. Nos últimos meses estive completamente ausente das decisões. Mas mesmo assim uma coisa é ser reitor, outra é ter um pelouro específico.

Quais foram esses aspectos que ultrapassaram as expectativas e os que ficaram aquém?

A relação que consegui para a Universidade em termos de relações externas com a tutela, com os parceiros, com outras universidades, tem sido extremamente positiva. Temos criado uma outra forma de a universidade estar. O que gostaria que tivesse acelerado mais tem a ver com a organização interna de alguns serviços, estamos focados nisso.

Está a falar especificamente de quê?
Organização interna, serviços de apoio aos alunos, à investigação.

Não foi possível tornar esse trabalho mais célere porquê?
Porque as organizações têm de aprender a nova forma de trabalhar. Isso leva tempo. Outra coisa, as universidades, por força dos RJES e dos novos estatutos da universidade, têm novas formas de estar. O próprio reitor tem um novo relacionamento com os presidentes de faculdade, de departamento, serviços.

O que é que mudou?
Os departamentos têm maior autonomia para gerirem os recursos humanos docentes. O Conselho Científico tem maior autonomia de decisão. Há uma nova forma de articulação entre o reitor e os presidentes das faculdades. Isso é um novo processo de aprendizagem. Vamos ajustando os procedimentos internos para atingir alguns objectivos.

O que é que destaca deste primeiro ano como reitor?
Consolidámos a universidade em algumas questões. Avançámos na transmissão da ideia da investigação, do desenvolvimento do projecto âncora para a universidade, que é o UbiMedical, temos várias acções que temos trabalhado a nível de ensino e serviços académicos no aprofundamento do Processo de Bolonha com as comissões de curso. Queremos transmitir essa ideia aos directores de curso de que estamos a criar alguma estabilidade nas regras de transição de anos, das prescrições.

O processo de internacionalização já arrancou?
Tem arrancado. Esse é um dos processos que nos obrigou a reforçar o gabinete de relações internacionais. Passámos de uma fase só de intercâmbio de alunos para também de pessoal não docente. De pessoal que foi estudar procedimentos. Funcionários, administrativos. Também já estabelecemos alguns protocolos de intenções com universidades em Espanha e Brasil. Até ao fim do ano vamos reforçar essas parcerias. Passarão pelo intercâmbio de docentes, não docentes, investigadores. Estamos também em fase final de assinatura com uma universidade estrangeira para reconhecimento de graus nos dois sítios.

Estamos a falar de que universidade?
A da Extremadura, neste momento. Estamos também em conversações com outras universidades.

A internacionalização é fundamental na afirmação da UBI?
Acho que sim. É uma das recomendações do Conselho da Europa. Uma maior capacidade de cooperação significa também que somos mais fortes, porque copiamos boas práticas, ficamos com outra capacidade de interagir com outras entidades.

Os alunos têm essa percepção?
Acho que começa a haver. Há coisas ainda não difundidas em que estamos a trabalhar. Há cada vez mais alunos a pretenderem fazer os seus estudos lá fora. Este ano triplicámos o número de bolsas para os estágios luso-brasileiros e de candidatos. Nós mandamos para lá e eles mandam para cá.

E de alunos Erasmus, tem havido aumento?
Sim, dos que vêm e dos que vão. Este ano aumentámos em 25 por cento o número de alunos que foram e que recebemos. Neste momento temos uma situação curiosa que é estar a receber mais alunos que os que estamos a mandar. Junto da Bolsa Nacional de Erasmus aumentámos o número de bolsas disponíveis para alunos da UBI irem fazer estudos lá fora.

"Conseguimos os reforços financeiros adequados para implementar um bom projecto"

Como está a saúde financeira da Universidade?
A mim nunca me ouviram falar em problemas nesse aspecto. No último ano, felizmente, temos conseguido alguma estabilidade a esse nível. Ninguém pode dizer que daqui a um mês vamos continuar bem. O que este reitor diz é que temos todas as condições, neste momento, para implementar este projecto que se propôs para fazer mais pela UBI. Posso dizer que desde que sou reitor, em 2009 conseguimos os reforços financeiros adequados para implementar um bom projecto para a universidade. Do que nos foi atribuído para 2010, e que está escrito no contrato de confiança com o Governo, se tudo for cumprido, não é por razões financeiras que a UBI não vai consolidar o seu projecto. Só que estamos numa situação difícil na Europa e no mundo, temos de ter consciência disso.

Não o vamos ouvir dizer que não tem dinheiro para pagar o 13º mês?
Eu hoje posso dizer que não vou ter problemas se tudo se mantiver como está. Daqui a um mês ou dois não sei se posso dizer isso. Hoje digo que não é por problemas financeiros que a UBI não vai cumprir as suas obrigações. Sabemos que a crise faz mudar as coisas.

Relaciona o reforço do financiamento com a mudança de liderança na UBI?
Eu não queria personalizar. O que posso dizer do ponto de vista pessoal, porque não sei o que se passava antes, é que estou contente com a verdadeira cooperação que tem existido entre a Universidade e o ministério. Tem havido um grande diálogo.


"Espero que daqui a um ano e meio, dois anos, [o UbiMedical] esteja a funcionar em pleno"

A UBI está empenhada no InoVida…
O InoVida é um programa estratégico global para a região, que tem uma série de parceiros, relacionado com a qualidade de vida. Dentro desse projecto está o UbiMedical que pensamos concretizar nos próximos anos e consideramos decisivo para a investigação, para a interacção entre várias áreas, para a fixação de recursos humanos qualificados.

Um projecto do qual a Câmara se afastou por achar que os objectivos foram desvirtuados. Foi tentado um entendimento?
Sobre isso não vou dizer mais nada. Não vou pronunciar-me sobre o assunto. O comunicado que surgiu na altura que considerei apropriado, diz tudo.

Foi tentado um entendimento?
Não vou dizer mais nada sobre isso.

As relações com a Câmara ficaram beliscadas?
Mais que as pessoas, o que é importante são as relações entre as instituições. A Universidade tem um projecto, tem objectivos, e uma cooperação institucional com a Câmara é sempre importante que ocorra. Mal estaríamos nós se a Câmara um dia nos criasse problemas. Nesse aspecto acho que terá uma cooperação institucional nos dois sentidos.

Depreendo das suas palavras que a relação entre a Universidade e a autarquia esfriou depois desse episódio…
Não. A única coisa que estou a dizer é que as duas instituições devem estar lado a lado para concretizar muitos dos projectos.

Quais são os prazos de implementação do InoVida?
Está tudo calendarizado. Em 2010 vai haver algumas acções. Em 2011 ganha maior visibilidade porque implica dinamização de uma rede, construção física.

Onde vai ser edificado o edifício?
No pólo de Ciências da Saúde. Vai ser construído um novo edifício para esse projecto.

A Siemens continua no projecto?
É prudente neste momento não falarmos nos parceiros que estão no projecto ou não. A Universidade continua a trabalhar. Para não prejudicar qualquer tipo de relacionamento, não vou falar mais que isto.

Estão a trabalhar com novos parceiros?
Novos, os que estavam previstos. Nós estamos todos os dias a pensar em trazer novas parcerias.

Quando é que esse projecto estará a funcionar em pleno?
Eu espero que daqui a um ano e meio, dois anos, esteja a funcionar em pleno. Mas devo dizer que a Universidade já tem outros projectos no plano estratégico para 2020 e já há outros projectos semelhantes a esses e outros. Uma Universidade nunca pode dizer que já tem os projectos todos concretizamos. É isso que caracteriza a dinâmica das universidades.

(Entrevista completa na edição papel)



Autor
NC

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Universidade / UBI / projecto / Reitor / estamos / alunos / João / Queiroz / projectos / Câmara

Entidades
João Queiroz / Avançámos / Reitor / Conselho Científico / UBI

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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