Credores decidem insolvência.
Nem o administrador de insolvência nem os gestores da Vesticom apresentaram uma proposta de viabilização da empresa na assembleia de credores que decorreu na última quinta-feira, 25, pelo que foi decidido liquidar o património da fábrica de confecções do Tortosendo.
A decisão foi tomada com os votos favoráveis da Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos, gestores da empresa e com a abstenção dos trabalhadores. Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, frisa que o processo de liquidação não tem obrigatoriamente de significar o fim da empresa, apenas o fim da Vesticom.
O dirigente sindical pede que se dê prioridade, na venda do património, a quem queira reactivar a empresa. "Naquele edifício, e com aquelas máquinas, é sempre possível reactivar-se a actividade industrial. É possível e desejável que sejam feitas no sentido de a venda ser feita pela globalidade e ser dada prioridade a quem queira pôr a unidade a funcionar", frisa Luís Garra.
O sindicalista critica o papel do Ministério da Economia no processo. "O Governo assiste impávido ao fim das empresas sem nada fazer para as salvar. Não ouviu os alertas nem tomou medidas para salvar esta unidade", acusa. "Tem agora aqui a oportunidade de se redimir e de procurar intervir na Mateus e Mendes, Avri e Vesticom", acrescenta Garra, numa alusão a três empresas em processo de liquidação.
O presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa nota que o Ministério da Economia não terá de negociar perdões de dívidas, por isso considera que tem a oportunidade de tomar iniciativas para captar investidores.
Garra diz que os trabalhadores se abstiveram na decisão de liquidar a firma por coerência. "Foram os trabalhadores quem, do primeiro ao último minuto, procuraram soluções para a continuidade da empresa e a defesa dos postos de trabalho", acentua. "Não apareceu nenhuma proposta de recuperação e o próprio administrador judicial propôs a liquidação, nós não temos poder para apresentar propostas alternativas", realçou Garra.
Dos cerca de 200 empregados da Vesticom, mais de metade tem ainda dinheiro a receber. Os restantes foram pagos pelo Fundo de Garantia Salarial, mas há quem tenha a reaver o diferencial entre o que foi dado pelo Fundo de Garantia Salarial e a dívida da empresa. Questionado sobre as probabilidades de os funcionários virem a receber a verba em falta, o sindicalista lembra que o pagamento está dependente da venda do património e da celeridade com que o processo decorra. "Se a jurisprudência for cumprida, os trabalhos serão os primeiros credores a receber".
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Vesticom / empresa / Garra / insolvência / Tortosendo / processo / gestores / património / Credores / empresas
Entidades
Luís Garra / Vesticom / Garra / Caixa Geral de Depósitos / Sindicato Têxtil da Beira Baixa
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