Escuteiros e banda com novas sedes

2010-12-07

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Banda no antigo espaço da EPABI, escuteiros no anterior espaço da Banda.

Às melhores condições de trabalho corresponde uma maior responsabilidade no sentido de fazer mais e melhor. Foi esta a mensagem transmitida pelas quatro entidades que no último sábado, 4, receberam da Câmara da Covilhã a cedência de novas instalações.
Com a saída da Banda da Covilhã para o antigo edifício da Escola Profissional de Artes da Beira Interior (EPABI), do outro lado do Jardim Público, a chave do espaço anteriormente ocupado pela filarmónica foi entregue ao Agrupamento 20 da Covilhã do Corpo Nacional de Escutas, à Junta Regional de Escutismo e ao núcleo covilhanense da Fraternidade Nuno Álvares, organização de escuteiros adultos.
Já com a nova sede, onde a Banda da Covilhã investiu 25 mil euros pedidos emprestados para as obras, pronta, vai ser possível alargar o leque de actividades. Para além de pretender manter as iniciativas realizadas até ao momento, José Eduardo Cavaco, director artístico, tenciona avançar com novos projectos.
Banda vai tocar a casa de quem convidar
É o caso das Olimpíadas de Solfejo, os Primeiros Sons, já a partir de Janeiro, para grávidas e crianças até aos três anos, ou a novidade A Banda Vai à Sua Sala, "ofereça-nos o lanche que nós vamos a sua casa tocar", desafia o maestro. As inscrições devem ser feitas junto da filarmónica.
Aos fins-de-semana, na Primavera e Verão, a Banda da Covilhã quer também começar a tocar nas ruas dos bairros da cidade e as quintas-feiras passarão a significar noites de recitais, com as Quintas Aumentadas. A associação, que conta com cem alunos e 40 músicos, vai também continuar a trabalhar na renovação dos instrumentos, objectivo dispendioso, e sublinha a necessidade de fazer as fardas, para as quais já há tecido. Durante a cerimónia de inauguração António Moreira, antigo presidente da associação, ofereceu um cheque para os bonés e Sónia Moreira, madrinha da Banda, ofereceu um clarinete.
José Eduardo Cavaco realça que, com a cedência da antiga Biblioteca Municipal à banda, mais o pavilhão localizado nas traseiras, se está a devolver um edifício histórico aos covilhanenses. "É um misto de afirmação e responsabilidade", salienta.
Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, apontou a Banda da Covilhã como um exemplo de "como se pode renascer das cinzas" com uma liderança capaz de mobilizar e dinamizar vontades. O autarca lembrou o passado da instituição, com muitos "momentos fantásticos" na sua história, mas que agora "explodiu, tem sido notável".
Escuteiros com condições para se abrirem mais à comunidade
Também o movimento escutista foi enaltecido por Carlos Pinto. "O escutismo é um campo de referências e valores", acentuou o edil. "Acabam por marcar gerações de pessoas", acrescentou.
"Não estávamos nas condições mais desejáveis", referiu Paulo Rodrigues, chefe do Agrupamento 20. O responsável pelos escuteiros considera a ocupação da ambicionada sede, situada atrás da Igreja da Conceição, "um desafio" e frisa: "A partir de hoje temos melhores condições para fazer melhor escutismo", comentou Paulo Rodrigues, que tem como projecto uma maior abertura à comunidade.
"Ao fim de um tempo o sonho tornou-se realidade. Vamos certamente pular e avançar. Este acto vai exigir mais de nós e nós saberemos responder às solicitações", transmitiu Jorge Carapito, da Fraternidade Nuno Álvares, entidade que vai partilhar o espaço com o Agrupamento 20 e a Junta Regional. "Hoje é um dia histórico para o escutismo na Covilhã", considerou António Duarte, chefe regional do escutismo, que no concelho conta com oito agrupamentos e 600 pessoas, 200 delas na Covilhã, repartidas por dois grupos.
Da Câmara Municipal da Covilhã o Corpo Nacional de Escutas recebeu um diploma de mérito. As entidades de escuteiros que receberam a nova sede retribuíram com a entrega da mesma distinção à autarquia serrana. A Banda da Covilhã anunciou também que vai propor na sua próxima assembleia-geral a atribuição da Lira de Ouro a Carlos Pinto e ao vereador Paulo Rosa e o título de sócio honorário à edilidade.