Falta de vocações não se traduz nas ordenações

2010-11-10

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Há crise de vocações, mas Diocese ordena sacerdotes em bom número.

"A diminuição de seminaristas não se reflecte numa redução de ordenações. Aliás, ordena-se o dobro de antigamente". É este o retracto feito pelo padre Joaquim Pinheiro, Reitor do Seminário da Guarda, sobre o momento actual das vocações na Diocese. Num edifício enorme, onde cabem centenas de alunos, neste momento, apenas oito seminaristas ali vivem. A Diocese admite uma crise de vocações mas que, no entanto, acaba por não afectar as ordenações. Em linguagem corrente, poucos alunos, mas bons.

"Há uma diminuição de vocações, mas abusa-se, às vezes, da palavra crise. Não sabemos se teríamos mais vocações com outro modelo de Igreja" diz o Padre Pinheiro, que na Semana dos Seminários admite que o actual edifício está "sobredimensionado" para a sua função principal, embora lembre que ali existem outros serviços e outras funções pastorais.

Já o Bispo da Guarda, D. Manuel Felício, admite que a falta de sacerdotes nas dioceses do Interior do País, poderá ser ultrapassada com a "redistribuição" do clero a nível nacional. D. Manuel Felício recorda que várias dioceses do País costumavam "pescar" novos padres fora dos grandes centros, chegando agora a altura de inverter a situação, devido à diminuição do número de candidatos nos Seminários. "Nós sentimo-nos bem em ter fornecido a essas dioceses todos esses candidatos e, agora, não pomos de parte a hipótese de pensarmos em trocar, entre nós, sacerdotes e outros agentes de pastoral", declara. Segundo o também presidente da Comissão da Doutrina da Fé, as dioceses do Interior do País estão "disponíveis para encarar hipóteses futuras em que possa haver, inclusivamente, uma redistribuição de clero". Manuel Felício deu o exemplo da diocese de Évora onde "metade dos padres que tem ao seu serviço, são originários da diocese da Guarda".

O Bispo da Guarda diz que a Diocese, no que toca à crise de vocações, segue a tendência do País e da Europa, e que é urgente promover "uma contra cultura" em termos educativos, que combata o pragmatismo e o egoísmo. Neste momento, a Guarda tem 8 seminaristas, o Fundão 16. Quanto a sacerdotes, são 92 para acudirem a 365 paróquias. Um número "suficiente" admite D.Manuel, pois hoje a reorganização da Diocese permite que outros ministérios colaborem nas tarefas da pastoral "aliviando" o trabalho dos párocos. "Também irei celebrar missas, se for caso disso, mas não faço disso prática comum" afirma o Bispo, que diz que isso é dar "um rebuçado" quando se precisa de uma solução "mais abrangente".

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