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UBI diz que vagas têm que levar corte nas grandes cidades do Litoral

2014-05-27

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Reorganização da rede foi debatida no II Congresso do Ensino Superior do Interior. Com críticas à litoralização do ensino.

"Nem tudo o que está em Lisboa e Porto é bom. Nem tudo o que está no Interior é mau". Foi esta a ideia deixada pelo vice-reitor da UBI, João Canavilhas, na passada quinta-feira, 22, durante o II Congresso do Ensinos Superior no Interior, realizado pela Associação Académica da UBI e em que se debateram temas como a reorganização da rede de Ensino Superior, em Portugal, a acção social ou o financiamento das instituições do Interior.
João Canavilhas lembrou que, em 2013/2014, em Portugal, existiram 51 mil vagas para apenas 40 mil candidatos. Números "preocupantes" tendo em conta que desde 2006 o número de candidatos ao Ensino Superior "tem vindo a decrescer". Porém, recorda que 82 por cento das vagas postas a concurso centraram-se no Litoral, restando as outras para a faixa que vai desde Trás-os-Montes a Beja. Lisboa arrecadou "mais de 30 por cento das vagas", havendo assim, na sua opinião, "um desfasamento muito grande". O vice-reitor da UBI, por isso, no que toca à reorganização preconizada pelo Governo, diz que é preciso ter "muito cuidado" com a interpretação da própria palavra, que "não pode ser reduzir indiscriminadamente". Canavilhas exemplifica com os cursos de gestão, que, diz, em Lisboa tinham 840 vagas, em cinco escolas, enquanto no Interior, entre Bragança e Beja, apenas 525. "Então, posto isto, onde se devem reduzir vagas" pergunta, lembrando que "a distância deve ser tomada como valor absoluto. Um quilómetro é igual em todo o lado". Pois, segundo ele, não faz sentido haver, numa cidade, tantas vagas para um mesmo curso com instituições separadas por tão poucos quilómetros.
"Ter qualidade não é sinónimo de ter mais gente. O factor localização tem que ser tido em conta. Mas quem sai daqui (UBI) não sai pior que os outros. Às vezes até é o contrário" afirma João Canavilhas, que apela também a que se repensem as transferências do Estado para as instituições. "São, muitas vezes baseadas na história das universidades. Assim, as mais novas são prejudicadas. Há ainda o cúmulo de quem apresenta boa gestão ser de novo prejudicado nas transferências, beneficiando-se o infractor".
Vítor Pereira apela à "união" de UBI, IPG e IPCB
Já o autarca covilhanense, Vítor Pereira, lembrou que a UBI é uma universidade "não da Covilhã, mas de toda a região" e criticou os cortes "drásticos e cegos" do Governo ao Ensino Superior. "Não pode ser feito de forma cega. E ainda se limita a forma das próprias universidades arranjarem alternativas de financiamento, o que não se entende. É um absurdo."
O presidente da Câmara da Covilhã apelou ainda à "união" entre UBI e institutos politécnicos de Guarda (IPG) e Castelo Branco (IPCB). "Devem funcionar de forma articulada, integrada, embora com respeito pela sua génese e com as suas especificidades. Não importa cuidar de saber quem está mais acima ou abaixo. O importante é aquilo que as une e não o que as divide" afirma o autarca, que se mostrou contra "bairrismos locais". "A união deve existir. Como se faz? Não sei. Não sou especialista na matéria, mas haverá formas inteligentes de o fazer" acredita Vítor Pereira. Para quem a Beira Interior, "sem estas instituições, não seria a mesma".



Autor
João Alves

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
Interior / UBI / Ensino / Superior / vagas / Canavilhas / Congresso / João / Reorganização / Lisboa

Entidades
João Canavilhas / Vítor Pereira / Associação Académica da UBI / UBI / IPCB

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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