Engenharias preocupam reitor

2013-09-25

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Falta de alunos, diz Fidalgo, é problema nacional.

António Fidalgo, reitor da Universidade da Beira Interior, diz-se preocupado com a baixa procura de alguns cursos, nomeadamente Engenharia Civil, que teve apenas um aluno colocado na primeira fase de acesso, mas nota tratar-se de um problema a nível nacional e mostra-se convicto de que "o País precisa de engenheiros".
Para analisar a quebra acentuada de candidatos ao Ensino Superior, a Ordem dos Engenheiros prepara-se para organizar uma conferência onde pretende averiguar as causas, anuncia António Fidalgo, para quem as alterações no sistema de ensino foram factor determinante.
Ao período de rápida expansão nos anos 90, assiste-se agora a um período de crise, em que a oferta de vagas supera largamente a procura. Na óptica de António Fidalgo, a exigência de prova específica a Matemática é uma primeira dificuldade a ultrapassar pelos candidatos.
Já no ano passado o curso de Engenharia Civil na UBI registou escassa procura. O reitor diz que a licenciatura "tem futuro como tem na Universidade de Coimbra ou no Minho", com os condicionalismos inerentes.
Questionado sobre a gestão do corpo docente, num cenário em que o número de alunos tem sido muito reduzido, Fidalgo sublinha a dimensão do departamento enquanto unidade pedagógica de investigação e ensino. "Leva muito tempo a construir", realça o reitor, que sobre esse desajustamento acentua só se poder trabalhar " a médio prazo".
António Fidalgo lembra que há cinco anos Engenharia Civil era o curso com mais alunos e que nesse período se assistiu a uma "revolução total". "Ninguém diz que daqui a cinco anos não vamos assistir a nova oscilação, e uma universidade não pode andar ao sabor dessas oscilações, porque essas unidades científico-pedagógicas são unidades que levam muito tempo a construir", vinca o sucessor de João Queiroz à frente da UBI.
A procura de alunos no estrangeiro, nomeadamente nos países de língua oficial portuguesa, pode ser uma solução. "Seja no Brasil ou Angola, há muitas instituições privadas sem a qualidade necessária para a formação. Estão a ser estabelecidas parcerias", adianta Fidalgo.