Os Clubes Lions são, de facto, associações que se regem por um código de ética a que seu fundador, Melvin Jones, deu corpo e alma há largos anos atrás.
Depois de tanta dor de cabeça para escolha da melhor prenda de Natal e outras tantas preocupações para seleccionar o espaço mais convidativo para o bailarico de passagem do ano, eis que nele entrámos com os dois pés e ao mais alto nível. E não me digam que não é mesmo verdade o mais alto nível. Com eleição do tão elevado Magistrado da República, ainda enquadrada na ribalta festiva, não poderíamos ter entrado melhor em dois mil e onze. Refiro-me apenas a entradas, porque para falarmos de saídas ainda teremos muito, muito tempo.
Os vinte e três dias decorridos até hoje, altura em que enfrento o teclado já meio gasto, foram marcados por alguns desentendimentos amplificados nos ecrãs, mas também por exemplos de concidadãos que são capazes de despender muito do seu tempo na ajuda daqueles que, por circunstâncias várias, vão sendo vítimas de injustiças, incompreensões, doenças, incapacidades das mais variadas espécies. Só que destes dedicados colaboradores pouco se fala. Refiro-me, por exemplo, ao espírito de voluntariado que tem estado patente em muito boa gente que no Centro Hospitalar da Cova da Beira, e outros locais espalhados por sítios que até desconhecemos, vêm desenvolvendo, anonimamente, actividades de entreajuda e conforto em prol dos mais carenciados e desfavorecidos. Para esses voluntários uma palavra de apreço e estímulo, a mesma que deverá ser estendida a associações cujo lema se enquadra perfeitamente no tal espírito de bem-fazer e de entreajuda. Neste âmbito cabe-me referenciar as Conferências de São Vicente de Paulo e outras similares, nas quais incluo os Clubes Lions, estes desconhecidos de muita e muita gente ou, por vezes até, desvirtuados do seu próprio contexto. Os Clubes Lions são, de facto, associações que se regem por um código de ética a que seu fundador, Melvin Jones, deu corpo e alma há largos anos atrás. Atrevo-me a dele dar conhecimento porque me parece que tal código bem poderia constar do caderno diário do mais alto magistrado da Nação, hoje mesmo posto em cátedra por mais alguns anos. Em seu exemplar cumprimento recairia, por certo e sem abstenções, o voto sagrado da totalidade dos cidadãos.
Reza assim o Código de Ética do lionismo:
"Honrar a minha profissão, dignificando-a e impondo-a ao respeito alheio; lutar pelo êxito da minha actividade e aceitar toda a remuneração ou lucro que equitativa e justamente mereça, recusando, porém, qualquer vantagem conseguida à custa da minha dignidade ou de consciente transigência moral; ter sempre em mente que para triunfar não é necessário prejudicar o próximo; decidir contra mim em caso de dúvida quanto ao direito ou à ética dos meus actos, devendo ceder, ainda que exerça um direito, a quem pretenda evitar prejuízo; cultivar a amizade como um fim e não como um meio, acreditando que a amizade não resulta de favores mutuamente prestados, mas sim de sentimentos espontâneos que não encontram retribuição senão na própria amizade; ter sempre presente os meus deveres para com Deus e a minha Pátria, sendo-lhes sempre leal em pensamentos, palavras e obras e dedicando-lhes desinteressadamente, o meu tempo, o meu trabalho e os meus recursos; estar sempre pronto a ajudar o próximo, a fortalecer o fraco, a socorrer o necessitado e a amparar o humilde; ser comedido na crítica e fácil no elogio; construir e não destruir; servir e não servir-se."
Não me digam que estes princípios não mereciam a unanimidade do nosso voto! Que o mais Alto Magistrado da Nação seja contaminado pelo vírus lionístico que acabamos de publicitar e para extinção do qual não existe vacina possível. Temos a certeza que, cumprido este código de ética, a próxima campanha eleitoral seria ilibada de descobertas matreiras, parangonas provocatórias, boquinhas feias, empurrões e maus-olhados.
Autor
sérgio gaspar saraiva
Categoria
Opinião
Palavras-Chave
código / ética / alto / Natal / Clubes / Lions / Magistrado / tempo / Melvin / Jones
Entidades
Melvin Jones / Reza / Deus / Licão de Lionismo / Clubes Lions
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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