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Mais novos que velhos a cair no conto do vigário

2011-11-16

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GNR alerta para burlas.

Ganância, a obtenção de dinheiro fácil e, até, por vezes, dificuldades económicas que fazem com que se vá à procura de uma "sorte grande". São estes alguns dos motivos para que, na região, haja mais pessoas de idade mais nova a serem mais vezes burladas que idosos. A constatação surge nos dados da GNR, no que diz respeito ao destacamento da Covilhã, que abrange o concelho de Belmonte.
Na passada sexta-feira, 11, a GNR fez uma sessão de esclarecimento sobre este tema no Centro de Dia de Caria, com o comandante João Sousa a revelar alguns números dos últimos três anos em que, em média, anualmente, surgem entre 10 a 15 casos de burlas. Em 2009, 11 casos registados. Destes, só quatro entre idosos. Em 2010, 15 casos. Só três idosos a caírem no "conto do vigário". Este ano, para já, seis casos, todos entre pessoas mais jovens. "Não são só os idosos que são afectados. É curioso ser assim entre os mais novos, mas às vezes eles pensam ser menos vulneráveis a isso, mas acabam por cair, pois há sempre quem aproveite situações difíceis da vida das pessoas para actuar. A ganância, o lucro fácil, acabam por levar a esta situação" afirma o comandante João Sousa. Que aconselha: "O seguro morreu de velho, por isso, mais vale prevenir que remediar".
Na sala do Centro de Dia, o cabo Amoroso deu a uma boa plateia de idosos, intervenientes e interessados, uma autêntica aula de prevenção. Desde quando se é abordado na rua ou em casa, os sinais que os burlões conhecem, o estudo que fazem das vítimas. E apelou ao cidadão-polícia: "Todos nós temos que ser um pouco polícias de nós próprios". Sempre alertando para que não abram a porta a desconhecidos, o cabo Amoroso lá deu os conselhos, como não deixar a chave debaixo do tapete da porta, recados na mesma, dando indicação de que não há ninguém em casa, e o sempre desconfiar das aparências, quando à porta de casa bate alguém muito bem vestido dizendo ser funcionário de um banco, da Segurança Social, EDP, Telecom ou água. Pelo meio, ouviu a dona Maria da Glória contar que um dia, "uma senhora muito bem posta" apareceu em casa com uma "papelada para assinar" e até lhe disse que bastava "por o dedo". Porém, esta idosa, bem informada, chamou pelo marido, já falecido há anos. "E foi vê-los irem embora. Oh patas, que eles julgavam que estava sozinha. E até estava" afirma. Um truque que valeu da desconfiança da senhora. "Desconfiem sempre" aconselha o cabo da GNR, recordando que os idosos foram criados numa geração em que "toda a gente confiava em toda a gente", mas que hoje isso já não é assim. De todo o modo, alerta: "se abrirem a porta, a vossa segurança acaba ali. Não ofereçam resistência, pois eles agridem".
Um dos casos que poderá estar à porta é a entrada em vigor da televisão digital terrestre. O cabo Amoroso alerta que em Abril a televisão, como sempre a conhecemos, acaba, e andará por aí muita gente a vender gato por lebre. "Não façam negócios sozinhos, pois há quem se aproveite. Peçam ajuda aos vossos filhos" pede.
Este tipo de acção, que se realiza há cerca de quatro anos, entra agora numa segunda fase, com a visita de equipas da GNR a idosos que morrem em quintas, mais isolados. O objectivo é criar uma base de dados que permita à autoridade saber quantos idosos moram nessas condições e em que locais, para melhor os poder ajudar. Depois, "passaremos a fazer visitas regulares" afirma o comandante João Sousa, que volta a avisar: "A imaginação é que faz o ladrão".



Autor
João Alves

Categoria
Local Belmonte

Palavras-Chave
GNR / idosos / casos / porta / João / Sousa / cabo / Amoroso / casa / comandante

Entidades
Ganância / João Sousa / Maria da Glória / Desconfiem / GNR

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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