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Fome não pára de aumentar

2012-11-07

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Pedidos de ajuda ao Banco Alimentar contra a fome da Cova da Beira não páram de aumentar. Em sentido inverso, os alimentos recolhidos começam a ser cada vez menos.

É sempre a aumentar. Não pára. Todos os dias, mais uma boca para alimentar. É assim a realidade do Banco Alimentar contra a Fome da Cova da Beira, que viu, no espaço de dois anos, o número de beneficiários das suas dádivas aumentarem mais de 40 por cento. Uma instituição que no passado sábado festejou, no Teatro Municipal da Covilhã, os seus 10 anos de existência, com um espectáculo solidário (entradas da 5 euros) no qual participou a presidente da Federação dos Bancos Alimentares, Isabel Jonet.
Se há dois anos, a instituição apoiava 3200 pessoas, vindas cerca de 40 instituições, hoje são 4800 as pessoas ajudadas pelo Banco Alimentar, através de 45 instituições de solidariedade social. Destas quase cinco mil pessoas, 930 são crianças. "O aumento de pessoas necessitadas, nestes últimos dois anos, tem sido brutal. Os números estão sempre desactualizados" afirma Paulo Pinheiro, responsável pelo Banco Alimentar da Cova da Beira (BACB).
Em declarações ao NC, Paulo Pinheiro lembra que os 4800 sinalizados são pessoas perfeitamente identificadas pelo BACB (desde o nome à morada), pelo que a realidade pode ser bem mais cruel. "É sempre a subir, e não há perspectivas de baixar" assegura. Para Paulo Pinheiro, a festa do último sábado teve como objectivo dizer que "é bom que o Banco Alimentar exista", embora o ideal, diz, era que não fosse preciso. "A brincar, costumo dizer aos meus amigos que o meu objectivo é que o Banco Alimentar despareça. Era bom sinal. Sinal de que os problemas tinham desaparecido. Mas a realidade é que ele é mesmo necessário" assegura.

Empresas já não conseguem ajudar

Em tempos de crise, as dificuldades estão a aumentar, e o BACB desempenha hoje "um papel fundamental na sociedade" frisa o responsável, que diz que as pessoas "não podem estar adormecidas, até porque a crise veio para ficar". Com tudo isto, a quantidade de alimentos armazenados "tem vindo a decrescer, ao mesmo tempo que sobem os pedidos de ajuda".
Depois, quem ajudava o BACB, agora também já não o consegue fazer da mesma forma, sobretudo as empresas que davam alguns géneros. "Ao nível das empresas, continuamos a contar com muitas boas vontades, mas há quem queira ajudar e já não consiga. A crise fez com que elas deixassem de ter essa capacidade e em alguns casos, empresas que nos ajudavam, já deixaram mesmo de existir. Outras, têm que ir cortando, e em tudo, até nas dádivas" assegura.
(Reportagem completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Alimentar / Banco / aumentar / Cova / pessoas / BACB / Beira / Fome / Paulo / Pinheiro

Entidades
Isabel Jonet / Paulo Pinheiro / Banco Alimentar / Federação dos Bancos Alimentares / Banco Alimentar da Cova da Beira

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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