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Crise trava ajuda à fome

2011-11-30

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Banco Alimentar da Cova da Beira recolhe menos alimentos.
A quantidade de alimentos angariados foi menor que na campanha de Natal do ano passado, mas os responsáveis do Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira estão satisfeitos com as cinco toneladas de alimentos recolhidos, menos oito por cento que no ano passado.
"Numa região tão fustigada pela crise, com falta de poder de compra, é um óptimo resultado", considera Paulo Pinheiro, presidente do Banco Alimentar local. Os 50 mil e 300 quilos conseguidos no último fim-de-semana, face aos 54 mil e 500 quilos armazenados o ano passado não decepcionam. "É menos que no ano passado, mas mais que há dois anos", salienta Paulo Pinheiro. "As pessoas têm mostrado ser solidárias em tempo de crise, mas a situação de crise impede que outros contribuam", acrescenta.
Paulo Pinheiro diz que se sentiu que algumas pessoas que o faziam, já não conseguem dar. "Também tive o caso de pessoas que sentem a crise, embora não de forma tão profunda, e me disseram que faziam questão de contribuir", conta o presidente do BACB.
Mas Paulo Pinheiro lidou também com situações mais complicadas. "Houve quem nos dissesse que tem ajudado mas provavelmente agora tenha é necessidade de receber".
O resultado traduziu-se em menos pessoas a contribuir, mas mais gente a doar bens alimentares em maior quantidade.
Leite, arroz, massa, enlatados ou cereais são alguns dos alimentos que os clientes das superfícies comerciais onde a campanha decorreu põem nos sacos. Os enlatados têm aumentado a cada recolha e o mesmo voltou a verificar-se. "Os nossos apelos são ouvidos, as pessoas já perceberam que não temos como armazenar bens perecíveis e os enlatados são a melhor solução", salienta o responsável do Banco Alimentar.
Devido ao aumento destes géneros, Paulo Pinheiro sublinha que embora se registe um decréscimo da quantidade, há um aumento da qualidade do que é recolhido.
"Acreditamos que as pessoas interiorizaram que o Banco Alimentar ajuda muito as instituições no terreno, com o objectivo de minorar dificuldades", refere Paulo Pinheiro, que lamenta não ter capacidade para dar resposta às muitas instituições em lista de espera.
Actualmente o Banco Alimentar da Cova da Beira distribui alimentos através de 40 instituições, que apoiam cerca de 4500 pessoas, entre elas 930 crianças.



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
Pinheiro / Banco / Paulo / Alimentar / fome / pessoas / Natal / Crise / passado / Cova

Entidades
Paulo Pinheiro / Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira / Banco Alimentar / Banco Alimentar da Cova da Beira / Banco Alimentar da Cova da Beira

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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