Jorge Sampaio pede sentido de coesão nacional após eleições

2011-06-08

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Participou em evento do Rotary na Covilhã.

"A situação que vivemos é difícil para todos e as dificuldades vão manter-se por mais algum tempo". As palavras são de Jorge Sampaio, no último sábado, 4, no encerramento da 28ª edição da "Conferência Distrito 1970", este ano organizada pelo Rotary Clube da Covilhã. Em dia de reflexão antes das Eleições Legislativas, o ex-Presidente da República absteve-se de comentários políticos mas foi deixando alguns recados sem destinatário específico, como a "necessidade de um certo sentido de coesão nacional após as eleições, ganhe quem ganhar".
Na opinião de Sampaio, "os problemas que se deparam ao País, à Europa e ao Mundo não podem ser resolvidos por apenas uma pessoa nem mesmo por uma só nação". É preciso, defende, "um esforço concertado entre vários países e entidades e uma actuação transversal a várias áreas". Segundo o agora Alto Representante da ONU para a Aliança das Nações, "há em cima da mesa um conjunto de temas difíceis que requerem atenção muito permanente, como sejam a energia, o crescimento da população ou a crise económica mundial". Situações que, defende, só poderão ser ultrapassadas mediante acordos à escala global. O que, reconhece, "nem sempre é fácil de conseguir".
Na sua intervenção, subordinada ao tema "Rotary, Fraternidade e Compreensão Mundial", precisamente o mote do ciclo de conferências que se realizou na última sexta-feira e sábado no Auditório da faculdade de Medicina, Sampaio abordou ainda o trabalho da Aliança das Civilizações. Uma iniciativa das Nações Unidas criada para fomentar o diálogo entre as nações e criar pontes de entendimento entre as sociedades ocidentais e muçulmanas na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro em Nova Iorque, e os que se seguiram em Londres, Madrid e Bali.
Quanto à iniciativa do Rotary em si, Jorge Saraiva, que liderou a organização, faz um balanço "extremamente positivo". Segundo o dirigente houve mais de 230 inscrições para as conferências, o que "superou bastante as expectativas".
Ao longo dos dois dias de Conferência, que teve mais de três dezenas de intervenções de várias personalidades nacionais e internacionais, o Rotary pretendeu debater a actual situação económica e social que a Europa e o Mundo atravessam, bem como apresentar pistas para resolver vários dos problemas que actualmente se apresentam às sociedades. Soluções que, no entender de Jorge Saraiva, "têm que passar por mais solidariedade e espírito de fraternidade entre os povos".