Câmaras fazem ultimato à AZC

2011-02-16

Versão em áudio disponível!

00:00 00:00

Autarquias dão 90 dias à Àguas do Zêzere e Côa para rever tarifas.

Os municípios abastecidos pela Águas do Zêzere e Côa (AZC) deram um prazo de 90 dias à administração da empresa para que reveja os contratos e os aumentos das tarifas da água e do saneamento.
Segundo António Ruas, presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira e da Câmara Municipal de Pinhel, a decisão foi tomada por 14 dos 16 Municípios servidos pela AZC, numa reunião realizada na quinta-feira, 10, em Manteigas.
"Vamos pedir que o contrato seja revisto e demos um prazo de 90 dias à AZC para o fazer", explica à Lusa o autarca, adiantando que o assunto também será discutido numa reunião agendada para Lisboa com a ministra do Ambiente, Dulce Pássaro, e a administração da empresa (estava marcada para a passada terça-feira, 15). António Ruas refere que "se não se resolver nada com diálogo" os municípios avançarão "para tribunal, denunciado o contrato" com a AZC para fornecimento de água e tratamento de esgotos.
O porta-voz dos autarcas diz que no encontro de Manteigas não estiveram representantes das Câmaras de Seia e de Oliveira do Hospital, que justificaram a ausência e "se mostraram solidários" com os restantes municípios da região. Adianta que o documento aprovado já foi entregue na sede da AZC, na Guarda, esperando que a administração tenha em conta as reivindicações apresentadas. António Ruas afirma que, para além dos aumentos nos serviços prestados, os autarcas também estão descontentes porque "o tarifário é único para os municípios", não tendo em conta a realidade específica de cada zona. O presidente da Câmara de Pinhel salienta ainda que estão em causa investimentos não realizados, a saída da Câmara da Covilhã da empresa, o pagamento de caudais de tratamento de águas domésticas em saídas pluviais, entre outros aspectos. "Não queríamos que as coisas se resolvessem na barra dos tribunais", admite António Ruas, sublinhando que a reunião com a ministra do Ambiente será importante para a decisão final por considerar que a decisão "dificilmente será tomada sem a autorização da tutela". Conclui dizendo estar confiante que no encontro com Dulce Pássaro seja encontrada "uma solução para resolver o contrato com a AZC que é ruinoso para os municípios".