NEWSLETTER MEDIA
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário O Arquivo Web do Notícias da Covilhã.
Explore o passado deste jornal centenário

Casas ganham saúde nas Penhas

2011-06-15

00:00    00:00

Seis pessoas receberam da Câmara projectos para requalificarem as suas casas.

lhe chamaram bairro da lata. E até outros nomes piores pelo mau aspecto da grande maioria das casas existentes, muitas delas que recorrem a chapas de zinco para o seu exterior e que escondem, em muitos casos, habitações de grande qualidade no seu interior. Mas o aspecto feio que o bairro das Penhas da Saúde ainda apresenta pode ter os dias contados. É que, na passada quarta-feira, 8, a Câmara da Covilhã assinou com seis moradores protocolos para a reconversão das habitações.
A autarquia cedeu, gratuitamente, seis projectos de requalificação. E, sem compromisso, está disponível para ajudar outros moradores que agora apostem em projectos para arranjarem as suas casas. "Esperamos que daqui a alguns anos aqui tenhamos um bairro completamente diferente" afirma o vereador da autarquia covilhanense, Pedro Silva, que substituiu na cerimónia o presidente Carlos Pinto.
A história deste bairro já tem "barbas." Segundo Manuel Cameira, presidente da Penhasol, associação que representa os cerca de 100 moradores no bairro, as primeiras casas no local surgiram em 1950. Ou seja, há mais de 60 anos. Há 20 anos, porém, que têm sido notícia. Desde logo pelo seu aspecto. Mas também porque não existia licença de habitabilidade nas casas e, por via disso, havia quem lhe chamasse bairro ilegal. Mas os moradores sempre lembraram que têm as casas registadas no Registo Predial. E pagam impostos por elas, como a contribuição predial, hoje Imposto sobre Imóveis (IMI). Em 2004, os proprietários apresentaram à Câmara uma proposta para resolver o problema do impacto paisagístico no local, que passava pelo revestimento do exterior com granito. Mas, na altura, o vereador com o pelouro do urbanismo, João Esgalhado, considerava, em alguns casos, as soluções de gosto duvidoso. E lembrava que as habitações estavam na zona Rede Natura 2000, ou seja, em Reserva Ecológica, e que qualquer autorização teria que passar pelo Instituto de Conservação da Natureza. Os moradores não gostaram da explicação, lembrando que quando a Rede Natura surgiu já há anos que as casas lá estavam. E que, em 96, os terrenos passaram a estar legalizados e em seu nome ao terem sido desanexados dos baldios.

Parque Natural dizia que era para demolir

Chegou mesmo a ser proposto aos moradores a troca das casas de zinco por apartamentos que seriam construídos junto às piscinas com as pessoas a poderem usufruir deles durante dois meses por ano e, nos restantes, teriam que os ceder à Turistrela para os alugar de modo a recuperar o investimento feito. Opção que não aceitaram. Mais recentemente, quando o Parque Natural da Serra da Estrela reviu e aprovou o seu Plano de Ordenamento, mais uma vez as casas voltaram à baila, pois no seio daquela entidade a opção era só uma: deitar as casas abaixo. O que, obviamente, os moradores não aceitaram. Em 2009, a Câmara apresentou uma sugestão para a resolução do problema, que passaria basicamente pelo revestir do zinco e dar um aspecto homogéneo às habitações após a sua reconversão. Projecto a que agora se dá início. "Hoje tenho a certeza que a luta que a associação levou a cabo nestes últimos 20 anos valeu a pena" afirma o presidente da Penhasol, Manuel Cameira, que também ele teve direito a um dos seis projectos da autarquia (foram atribuídos por sorteio entre os proprietários).

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
João Alves

Categoria
Secções Centrais

Palavras-Chave
Casas / moradores / bairro / Câmara / Penhas / projectos / saúde / aspecto / habitações / autarquia

Entidades
Pedro Silva / Carlos Pinto / Manuel Cameira / João Esgalhado / Penhasol

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

partilhe!

veja também

Proprietários (des)esperam para recuperar casas

Nas Penhas da Sáude, há seis construções recuperadas no bairro. Mas há muita gente à espera...

Praia fluvial ao abandono

A denúncia é feita pelos vereadores da oposição na autarquia. Maus acessos, falta de manutenção e ab...

VOLTAR À PÁGINA INICIAL