Câmara vai tentar que Governo recue nas portagens

2011-02-23

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Intenção manifestada por Carlos Pinto.
A Câmara Municipal da Covilhã vai apelar ao Governo que repense a decisão de introduzir portagens na Auto Estrada da Beira Interior. A autarquia serrana tomou uma decisão pública sobre o assunto na reunião camarária da passada sexta-feira, 18, onde foi anunciada uma reunião, dia 3 de Março, com o secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas e das Comunicações, Paulo Campos, para o sensibilizar relativamente às repercussões que a medida irá ter.
"Vamos falar sobre os prejuízos que essa medida vai causar à região", antecipa Carlos Pinto, presidente da edilidade covilhanense. "É um erro aplicarem-se medidas deste género sem uma preparação com tempo, sem um gradualismo que permita uma adaptação a estes custos", defende o autarca. "Há empresas que não sei como vão sobreviver. Têm uma utilização intensíssima destas vias de comunicação e, de súbito, são confrontados com custos elevadíssimos", alerta.
Para Carlos Pinto, o fim das auto-estradas sem custos para o utilizador é "mais um imposto encapotado". "Nas circunstâncias em que está a economia local e regional, vai provocar danos que, espero, não sejam irreversíveis".
O presidente da Câmara da Covilhã sublinha ainda tratar-se de "um incumprimento do que foi dito sobre esta matéria". Carlos Pinto lembra que o primeiro-ministro, José Sócrates, "afirmou que esta região precisava de uma discriminação positiva" e acentua que as empresas, famílias e organizações não estão preparadas para esta mudança.
A introdução de portagens na A23 e A25 está prevista já para Abril. Questionado sobre o momento escolhido para contestar a medida, a apenas pouco mais de um mês de entrar em vigor, e porque não o fez antes, quando a decisão do Governo foi anunciada, Carlos Pinto responde que "cada entidade actua no momento que entende mais adequado". "Qual era o outro tempo adequado para isto?". "Há meses não se sabia quanto custava, qual era a extensão", justifica.
A reunião com Paulo Campos vai servir para "exprimir uma opinião". "Tal como estão as coisas no País, não espero muito", diz o autarca, pouco confiante num retrocesso do Governo.