Família condenada no Fundão por 13 crimes.
O Tribunal do Fundão condenou na passada quinta-feira, 7, três pessoas a penas entre os 8 e 20 anos de prisão efectiva pelos crimes de escravidão, numa decisão inédita naquele Tribunal. Todas da mesma família.
A mãe, Maria, foi condenada a 12 anos de prisão; o pai, Francisco, a oito anos e o filho a 20. É a pena única que resulta dos 13 crimes de escravidão, outros tantos de sequestro, burla agravada e maus tratos.
O tribunal deu como provada toda a matéria que consta da acusação. Para isso, contribuíram os testemunhos ouvidos em tribunal ao longo do julgamento.
Os factos terão ocorrido entre 2001 e 2007, com as vítimas a serem aliciadas para irem trabalhar para Espanha, a troco de bons salários. Só que, à chegada, ficavam sem documentos, ficavam a dormir em condições sub-humanas, numa espécie de galinheiro, onde ficavam presos, quase como escravos. Trabalhavam de sol a sol, mas dinheiro nem vê-lo. Quando o filho, o chefe da família, foi preso em Espanha, onde se encontra a cumprir pena, as vítimas começaram a fugir e a contar o que se passava lá.
Há 22 anos juiz, José Avelino, que presidiu ao colectivo, admitiu que nunca tinha assistido a nada igual ao ponto de se ter sensibilizado com o que ouviu no tribunal. O juiz mostrou-se mesmo "chocado" com o que ouviu. De resto, o único meio de prova foi precisamente o que foi dito durante o julgamento e que contribuiu para a condenação. O magistrado diz que não é fácil provar este tipo de crime porque normalmente as vítimas não falam com medo, mas não foi este o caso e por isso pela primeira vez num tribunal português assistiu-se a uma condenação pelo crime de escravidão.
Autor
Notícias da Covilhã
Palavras-Chave
Fundão / Tribunal / Família / escravidão / crimes / prisão / crime / vítimas / Espanha / condenada
Entidades
Maria / Francisco / José Avelino / Tribunal / Fundão
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