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Padrasto mata enteada à facada

2011-08-31

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Em Proença-a-Nova.

Um mês depois da morte de um jovem de 17 anos no IC8, Proença-a-Nova voltou a acordar, na última segunda-feira, dia 29, com uma notícia trágica. Inês Barata, estudante, 22 anos, fora assassinada pelo padrasto durante a noite.
Carlos Ribeiro, de 37 anos, andava há vários anos a fazer um tratamento contra o alcoolismo e estava proibido de beber pelos médicos. Na noite de domingo para segunda, porém, ignorou a ordem e terá estado num bar no centro de Proença até de madrugada. Regressou a casa, no terceiro andar de um prédio na Rua de Nossa Senhora, por volta da uma da manhã de segunda-feira, ao que tudo indica, já alcoolizado, e iniciou uma discussão com a companheira, Cecília Barata, de 40 anos. A filha desta, Inês, de 22 anos, suspeitam as autoridades, ter-se-á intrometido na discussão e acabou por ser apunhalada com duas facadas, uma das quais no pescoço, pelo padrasto. A outra teoria dos investigadores é a de que a jovem estaria no quarto a dormir e nem se terá envolvido na discussão, tendo sido agredida sem provocação, sem motivo e sem aviso.
"Eu só ouvi a Cecília a gritar pelas escadas abaixo ´acudam que ele matou a minha filha´", descreve a vizinha Maria do Carmo, que conta ainda que Carlos Ribeiro "saiu para a rua muito descontraído" e a dizer "fiz isto por causa dela" - apontando para a companheira Cecília - e "chamem uma ambulância que ela ainda deve estar viva".
A vizinha, idosa, ainda se deslocou ao andar de cima a correr para verificar o estado da jovem e ficou chocada: "a menina estava deitada na cama, já sem vida, com a faca ainda espetada no pescoço e tinha mais sangue na zona da barriga".
Carlos, serralheiro mecânico de profissão, foi depois entregar-se no posto da GNR de Proença e levado pela PJ de Coimbra, que investiga o caso, tendo sido apresentado para primeiro interrogatório no Tribunal da Comarca da Sertã na terça-feira. À hora de fecho desta edição, porém, ainda não eram conhecidas as medidas de coação aplicadas ao autor confesso do crime.

Amigos e vizinhos não têm explicação

António Lopes, de 45 anos, é colega de Carlos Ribeiro na oficina metalo-mecânica na Zona Industrial de Proença. Por volta das 2 horas da manhã recebeu um telefonema do amigo a contar que tinha esfaqueado a enteada e afirmando "agora acabaram-se as chatices". "Notei-lhe pela voz que estava transtornado, possivelmente por causa do álcool. Contou-me o que tinha feito e que ia para a cadeia, e pediu-me para lhe tomar conta do cão que tinha num terreno em Braçal", de onde é natural, conta o serralheiro mecânico.
Os colegas de trabalho não conseguem perceber a razão de Carlos ter assassinado Inês, mas adiantam que "apesar de ser muito raro ele beber, de vez em quando lá tinha uma recaída e armava confusão em casa".
Abílio Correia, o patrão, conta que já o havia despedido há alguns anos por ter faltado durante um mês. "Depois readmiti-o sob condição de nunca mais tocar em álcool e ele tem sido um funcionário exemplar desde então", assegura.
A vizinha Isabel Lourenço também não encontra razões para o crime. "Eles eram pessoas simpáticas e educadas e nunca vi nada que pudesse indiciar o que se passou".
Na Santa Casa da Misericórdia, onde trabalha Cecília Barata, a notícia também deixou chocados os colegas, que descrevem a mãe da vítima como "a pessoa mais bem-disposta do mundo". Mas o Provedor, José Bairrada revela que "a Cecíliatinha desabafado que de vez em quando discutiam".
Inês Barata, a vítima, frequentava o curso de Auxiliar de Educação na Escola Secundária da Sertã, e estagiava já em Castelo Branco "No ano passado foi considerada a melhor aluna da escola e venceu um prémio de mérito", conta Gabriel Martins, de 18 anos. O amigo descreve-a como "uma pessoa tímida mas muito simpática". Segundo o jovem, "não havia qualquer sinal de conflitos, e ela e o padrasto pareciam dar-se bem".



Autor
Alexandre Salgueiro

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
Cecília / Carlos / Barata / tinha / Padrasto / Inês / conta / Ribeiro / Proença / jovem

Entidades
Inês Barata / Carlos Ribeiro / Cecília Barata / Inês / Cecília

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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