União de Sindicatos pede contestação às portagens

2011-01-26

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Povo paga e cala-se, criticam Sindicatos.

Luís Garra, coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, incita a população a manifestar a revolta que diz notar nas pessoas contra a introdução de portagens na A23, A25 e A24.
Durante um protesto organizado pela estrutura sindical na passada quinta-feira, 19, que culminou com uma vigília em frente ao Governo Civil de Castelo Branco, Garra disse que "o País tem falta de participação cívica".
"As pessoas estão acomodadas, estão a pagar e a calar, e têm de passar à fase da revolta organizada. Têm de passar à fase em que expressam publicamente a sua oposição a estas políticas. Se o fizerem, poderão ganhar, se não o fizerem, perderão de certeza", referiu o sindicalista.
Durante a manhã um grupo de meia centena de delegados e dirigentes sindicais parou junto a nós da A23 na Covilhã e Fundão, onde faziam sinal de paragem aos condutores para os "alertar" sobre a medida que vêm como gravosa para a região. "O traço principal nas pessoas com quem falamos é de aceitação do que transmitimos e de revolta, só que as pessoas ainda não perceberam que a revolta não pode ser interior, tem de ser exteriorizada. E uma forma de exteriorizar a revolta é participar nas manifestações que vierem a ser convocadas", apela.
Segundo Luís Garra as pessoas ainda não se aperceberam do período limitado das isenções, de como elas vão funcionar nem do impacto que a introdução de portagens terá. "Será extremamente negativo para o Interior, para o tecido económico, e quem vai sofrer as consequências dos problemas das empresas são os trabalhadores, que serão lançados no desemprego", salienta.
Questionado sobre a probabilidade de o Governo recuar na decisão de acabar com as concessões sem custos para o utilizador, Luís Garra lembra que a manutenção das auto-estradas do Interior sem portagens foi uma promessa eleitoral de José Sócrates. "Se o Governo tivesse o mínimo de dignidade, via o que é que prometeu para ser eleito", salienta.
Sindicalistas acusam Governo de "roubo"
"Estamos perante um roubo organizado", considera Luís Garra, inconformado com a decisão de a partir de Abril as auto-estradas da região começarem a ser portajadas. "Nunca Portugal assistiu a um processo de roubo organizado como o que está a acontecer actualmente. Roubo no preço dos combustíveis, roubo no preço das portagens, roubo nos salários, roubo na protecção social, roubo em todas as áreas", acusa o dirigente sindical. "Quem rouba, é ladrão. E os ladrões têm nome, são quem está no Governo, na Assembleia da República, o Presidente da República", acrescenta.
Para Luís Garra a reivindicação continua a ser a não introdução de portagens, até porque considera a discussão sobre isenções "conversa mole para distrair papalvos". "Não vamos na conversa do PS, do PSD nem de presidentes de câmara vendidos ao Governo", acentua.
Preocupado com o previsível aumento do desemprego, motivado pelas dificuldades acrescidas que a decisão terá nas empresas, Luís Garra insiste que José Sócrates "prometeu que o Interior continuaria isento de portagens". "Quer sacar dinheiro ao povo a todo o custo, mas não se preocupam em sacar dinheiro aos grandes especuladores financeiros, aos que fazem economia clandestina. Preocupam-se em roubar aos que já não têm, para garantirem o futuro aos que tudo têm", acusa o sindicalista.
A acção terminou em Castelo Branco com uma vigília durante a tarde, em frente ao Governo Civil albicastrense, junto ao qual a União dos Sindicatos de Castelo Branco circulou com um caixão a simbolizar o enterro das políticas contra as quais protestam.

Protesto dia 29 na Covilhã
Dia 29 de Janeiro, às 15H30, a União dos Sindicatos de Castelo Branco organiza uma concentração na Covilhã, junto à ponte Mártir-in –Colo, sob o lema "É Preciso Acabar com os Roubos. Luís Garra, coordenador da estrutura sindical, apela à participação da população, para que mostre o seu descontentamento pelas medidas implementadas pelo Governo.