Covilhã perde em casa com o Varzim e complica manutenção.
Foi um grande tiro no pé. Um grande passo… mas rumo à despromoção, aquele que o Sporting da Covilhã deu, no passado domingo, frente ao seu público, ao perder com o Varzim por 1-2. Quando se esperava que os serranos vencessem e assim se afastassem da mais directa concorrência, após quatro rondas sempre a pontuar (oito pontos alcançados), a verdade é que o Covilhã complicou, viu o Varzim ficar, em caso de igualdade pontual, com vantagem no confronto directo (duas vitórias sobre os leões) e como se não bastasse, ainda viu o Penafiel vencer nos Açores e assim afastar-se cada vez mais de uma possível descida. Também o empate do Belenenses em Barcelos não ajuda nada às contas serranas.
Mas, tal como o técnico Tulipa reconheceu no fim da partida, no passado Dia do Trabalhador, o Covilhã, apesar de ter lutado muito mas sempre sem grande esclarecimento, mereceu perder, porque em quase todos os capítulos do jogo, os poveiros foram melhores. E isso, viu-se logo nos 10 minutos iniciais da partida, com a jovem equipa preta e branca a pegar na partida, com bom futebol, muito apoiado, de passe curto e muita movimentação, enquanto os serranos sempre que recuperavam o esférico apostavam num futebol directo para Rincón, que nunca deu resultado. E perante os cerca de 400 adeptos que se deslocaram da Póvoa, o Varzim quase marcou logo aos oito minutos. Um lance que começa no lado direito da equipa forasteira, com a bola a sobrar para a direita da defesa serrana onde Gonçalo, sozinho, nas costas de Ivo Pinto só não faz o primeiro da tarde porque Serginho se opôs com grande categoria. Os leões, à passagem do quarto de hora, respondem, com um livre de Dani ao qual Wagnão, por muito pouco, não consegue chegar de cabeça, já na pequena área de Ricardo. Era este um dos melhores períodos covilhanenses, com três minutos depois Fofana e Ivo Pinto, pela direita, a combinarem para este último cruzar e Amessan (o melhor leão em campo) à meia-volta rematar contra um adversário. O Covilhã continuava, por esta altura, a apostar nas bolas paradas para criar algum perigo, enquanto o Varzim, sempre com mais bola, iam tentando construir de pé para pé. E foi assim que aos 40 minutos assustou num remate de Rafael, à entrada da área. Em cima dos 45 minutos, na sequência de um lançamento de linha lateral, a bola chega à área do Varzim onde Amessan remata para uma boa defesa de Ricardo, com Flávio e Fofana, em duas recargas consecutivas, a falharem o alvo. Ao intervalo, o nulo acabava por se aceitar, apesar do maior domínio de jogo dos varzinistas.
Grande golo abre caminho ao desaire
O segundo tempo começou como o primeiro: mais bola para o Varzim, mais pendor ofensivo, mas desta vez, com golos. Aos 46 minutos, Rafael, na pequena área, só não desvia para golo, devido a mais uma boa intervenção de Serginho. Mas aos 49, os poveiros marcam mesmo. E que golo… Um lance que começa numa lesão de um jogador poveiro. O Covilhã põe a bola fora e o Varzim devolve a bola, mas no último terço da defesa serrana. Jason repõe em jogo, num lançamento de linha lateral, a bola é ganha pelo meio-campo do Varzim, cai à entrada da área covilhanense, sobre o seu lado esquerdo, onde Tiago Terroso, de pé esquerdo, arranca uma autêntica bomba que só pára no fundo das redes de Serginho. O Varzim chegava ao golo e cinco minutos depois, já com o irrequieto Salvador em campo, este mesmo atleta, num livre a 30 metros da baliza serrana, remata forte com a bola a passar rente ao poste esquerdo de Serginho. Pouco depois, o guardião safa o 0-2, de novo numa atenta saída aos pés de Rafael. Mas esse golo acabaria por surgir mesmo, aos 62 minutos. Uma boa jogada pela direita do ataque varzinista, com Tiago Lopes a entrar na área e a cruzar rasteiro para o lado contrário onde surge à boca da baliza Gonçalo, que liberto de marcação, só teve que encostar para o fundo das redes. Um lance em que, contudo, deixa dúvidas o posicionamento de Salvador no início da jogada.
O Covilhã sofria um segundo soco no estômago e alguns adeptos até começavam a abandonar o estádio. Já com Bruno Severino e Vouho em campo, porém, os últimos 20 minutos acabaram por ser aqueles em que os serranos foram mais objectivos. Severino, com um grande remate fora da área, aos 70 minutos, ainda dá sensação de golo e aos 86, o Covilhã marca mesmo. Amessan, o mais esclarecido e mais lutador dos atletas verde e brancos (a par de Ivo Pinto) é, segundo Cosme Machado, empurrado na área por Pedro Santos. Um penálty que o árbitro de Braga sanciona, embora deixando no bolso o segundo cartão amarelo para o defensor poveiro. Abdoulaye, o central goleador, converte em golo a grande penalidade, e os jogadores voltam a acreditar. Mas já era tarde…
Após esta ronda, o Covilhã baixa à zona de descida antes da difícil deslocação a Oliveira de Azeméis, para a qual a Câmara volta a ceder três autocarros gratuitos para os adeptos, que têm que fazer a sua inscrição na sede do clube para apoiarem uma equipa que bem o precisa numa fase crucial da época. Um jogo que Dani (quinto amarelo) e Bruno Severino (foi expulso) falham.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
Varzim / Covilhã / minutos / bola / golo / Serginho / Ivo / Pinto / Rafael / Amessan
Entidades
Tulipa / Ivo Pinto / Serginho / Dani / Ricardo
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