NEWSLETTER MEDIA
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário
O Arquivo Web do Notícias da Covilhã. Explore o passado deste jornal centenário O Arquivo Web do Notícias da Covilhã.
Explore o passado deste jornal centenário

Todos no Pelourinho

2011-03-30

00:00    00:00

Manifestação contra as portagens é no domingo.
Todos juntos contra as portagens na A23 e A25. É isso que se espera que aconteça no próximo domingo, 3, pelas 16 horas, no Pelourinho, para onde está marcada uma manifestação contra a introdução de portagens nessas vias, convocado por empresários, sindicatos e autarcas, a que se juntam alguns partidos políticos e outras associações cívicas. Numa altura em que tanto na A25 como na A23 já se procede à colocação de pórticos para a cobrança electrónica de portagens, a verdade é que o protesto não tem parado e ainda na passada sexta-feira, 25, em Castelo Branco, a Comissão de Utentes da A23, A24 e A25 realizou mais um buzinão pelas principais artérias da cidade. Antes disso, a organização deslocou-se ao Governo Civil de Castelo Branco, onde Alzira Serrasqueiro "manifestou total solidariedade na luta contra as portagens", garantiu o porta-voz da comissão João Freire.
A governadora civil do distrito reafirmou à Agência Lusa não concordar com as portagens, embora neste caso se manifeste "a título pessoal". No governo civil ficou uma cópia das 35 mil assinaturas recolhidas nos últimos meses, documento que já esta semana chegou à Assembleia da República.
Apesar da divulgação feita pela comissão nos últimos meses, o valor das portagens continua a ser uma incógnita para muitos utentes, embora saibam que a factura pode ser pesada.
Judite Correia foi apanhada no buzinão de Castelo Branco, depois de já se ter cruzado no protesto do Fundão, onde tem família. "O meu pai diz que vai gastar mais em portagens do que em gasóleo", refere, em relação ao familiar que se desloca várias vezes por semana a Portalegre. "Uma pessoa que trabalhe da Guarda e viva em Castelo Branco tem um custo superior a 15 euros por dia", diz João Freire, com base no preço de 8 cêntimos por quilómetro. Depois da manifestação de domingo segue-se uma marcha lenta nas respectivas auto-estradas no dia 8 de Abril.
Já há empresas que vão despedir
Entretanto, a empresa de distribuição alimentar António Ezequiel, na Covilhã, já disse que vai despedir 25 pessoas e abrir uma filial em Lisboa, para "enfrentar os custos acrescidos com portagens". Segundo António Ezequiel, a sua empresa tem uma frota de 40 viaturas a percorrer diariamente as auto-estradas A23 (Guarda-Torres Novas) e A25 (Aveiro-Vilar Formoso), totalizando um milhão de quilómetros por ano. Contas feitas, as portagens serão uma despesa acrescida de 120 mil euros por ano, ou seja, "um aumento de 24 por cento dos custos da empresa" na rubrica de fornecimentos e serviços externos. Para o proprietário, "é um aumento dramático que vai obrigar a despedir metade dos trabalhadores, 25 pessoas, e a abrir uma delegação em Lisboa" para evitar percorrer tantos quilómetros por auto-estrada.
O empresário refere que "não há estradas antigas que sirvam de alternativa, devido à sobreposição de traçados com as auto-estradas" e porque "são vias que não têm capacidade para o actual tráfego de pesados". A empresa de distribuição alimentar António Ezequiel faz parte do grupo de 542 dos distritos de Viseu, Guarda e Castelo Branco que responderam a um questionário sobre a introdução de portagens.
Luís Veiga, gestor hoteleiro e porta-voz do movimento Empresários pela Subsistência do Interior (ESI), alerta para o facto de outras empresas "seguirem os passos" da António Ezequiel, segundo as respostas ao questionário. Um terço delas prevê desinvestir e fazer despedimentos com a justificação da criação de portagens.
O questionário foi promovido pelo movimento Empresários Pela Subsistência do Interior e chega a extrapolar um cenário dramático a médio prazo, com perda de 17.100 empregos e fecho de 6.800 empresas. Para Luís Veiga, as respostas "antecipam a ruína" e deviam bastar para "os decisores políticos recuarem na decisão de cobrança de portagens, que já todos reconheceram ser precipitada".
O movimento de empresários "Pela subsistência do Interior" vai ainda juntar-se à Comurbeiras - Comunidade Urbana das Beiras na providência cautelar e na queixa ao Tribunal Europeu que pretendem travar a cobrança de portagens nas auto-estradas do Interior do País prevista para 15 de Abril.



Autor
Notícias da Covilhã

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
portagens / Castelo / Branco / Pelourinho / Manifestação / António / Ezequiel / Interior / empresários / domingo

Entidades
Alzira Serrasqueiro / João Freire / Judite Correia / António Ezequiel / Luís Veiga

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

partilhe!

veja também

Luta contra portagens de regresso

Implementação de portagens na A23 e A25 em Setembro...

VOLTAR À PÁGINA INICIAL