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Cidade e empresas

2011-11-16

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Só as cidades que souberem criar um ecossistema focado nas tecnologias, e voltado para a captação de investimento privado numa atitude proactiva, terão hipóteses de crescer.

Dados do IEFPInstituto de Emprego e Formação Profissional, reportados ao mês de Julho de 2011, indicam a existência, na Covilhã, de um total de 2980 pessoas em situação de desemprego. Num período de análise de seis anos (de Janeiro de 2005 a Julho de 2011), pela primeira vez, o número de população activa em situação de desemprego encontra-se abaixo da linha dos três mil. Em termos percentuais, este valor representa uma descida da taxa de desemprego de 14,7 por cento face ao mês de Janeiro de 2011 e de cerca de 23 por cento comparativamente com o mês de Janeiro de 2005.
No quadro da realidade regional, no período de Janeiro de 2005 a Julho de 2011, em que a Covilhã regista uma redução da taxa de desemprego em 23 por cento, a Guarda apresenta um aumento da sua taxa de desemprego de 34 por cento e Castelo Branco de 18 por cento. No contexto nacional, no período em análise, a taxa de desemprego sofreu um aumento de seis por cento, com perspectivas de aumento acentuado, considerando o actual quadro de crise económica.
Não temos dúvidas que os tempos que aí vêm são muito preocupantes e que muito há a fazer para dinamizar a economia e a criação de emprego; mas, apesar das vicissitudes e constrangimentos exteriores, o Concelho tem conseguido ser destino de importantes investimentos nos últimos anos, como é o caso da Frulact, o H2Hotel, o Serra Shopping, a Teleperformance, a PC Medic, as dezenas de empresas instaladas no Parkurbis. Foram criados nestas empresas, mais de 2000 postos de trabalho sendo processados salários anuais que ultrapassam os 20 Milhões de Euros.
Na Covilhã estão instaladas empresas de mérito internacional, uma das 50 novas empresas mais inovadoras do mundo, a Waydip, a ROFF, a Tim We, realidades nas quais se inclui o Grupo Paulo de Oliveira, um dos maiores produtores europeus de têxteis lã e um conjunto de outras empresas exportadoras deste sector.
Quando se fala de investimento empresarial, é inescapável, a partir de agora, a referência ao Data Center e ao Centro de Gestão de Redes da PT, valorizando o esforço de liderança negocial da Câmara da Covilhã para ganhar este investimento, com várias cidades com universidade a concorrer (Braga, Porto, Coimbra, Évora, Lisboa, Vila Real, Faro) entre mais de 200 Municípios de todo o País. O investimento que vai ser feito é muito importante, bem como os 1400 empregos que irá gerar; todavia, as perspectivas que abre para a Cidade no futuro, são ainda mais relevantes.
Nos próximos anos a Cidade entrará no itinerário de centenas de empresas clientes deste sector, provenientes de todo o Mundo, algumas delas com muita probabilidade de aqui se instalarem em actividades correlativas.
E num quadro de redução drástica do investimento e do emprego públicos, que estimo se prolongará pelo menos até 2020, só as cidades que souberem criar um ecossistema focado nas tecnologias, e voltado para a captação de investimento privado numa atitude proactiva, terão hipóteses de crescer. No caso da Covilhã, há muito que temos plena consciência desta nova realidade e os resultados obtidos aí estão.
Eles deixam a falar sozinhos certos observadores da vida económica local, que ensaiam, sempre que podem, a desvalorização dos êxitos da Cidade, quando, no dia-a-dia, não vão além da reinvenção da roda, que apresentam como coisa sua, porque incapazes de uma ideia ou de um projecto inovador que surpreenda. Neste particular, fazem companhia a editorialistas baços que, em doses semanais, confundem desenvolvimento regional com o seu atavismo político/ideológico, soterrado em Berlim. De ambos os tipos opinativos, apenas se recolhe uma vantagem: acrescentam saudade dos regionalistas que se notabilizaram entre a Gardunha e a Estrela, através de testemunhos na defesa de causas colectivas, como as que se vêm ganhando na Covilhã.



Autor
Carlos Pinto

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
desemprego / Covilhã / Janeiro / Julho / empresas / investimento / Cidade / IEFP / Instituto / Profissional

Entidades
IEFP / ROFF / Tim We / Grupo Paulo de Oliveira / PT

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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