De 95 para 89 milhões de euros.
A Câmara da Covilhã apresentou uma dívida de 89 milhões de euros no relatório e contas do exercício de 2010, aprovado na reunião camarária da passada sexta-feira, 1, à porta fechada, com a abstenção do PS, que alerta para um passivo superior quando adicionadas as contas das empresas em que o município tem participação.
Embora "registe positivamente" a redução da dívida, de 95 para 89 milhões de euros, Vítor Pereira, vereador socialista, alerta que no relatório não constam os passivos da ICOVI, da Sociedade de Reabilitação Urbana Nova Covilhã, da Águas da Covilhã, Parkurbis ou Águas da Serra. "A dívida da câmara é muito superior aos 89 milhões plasmados no relatório", realça Vítor Pereira, que manifesta "uma profunda preocupação com a futura sustentabilidade financeira do município da Covilhã".
Os três vereadores do PS estimam que o valor real da dívida ronde os cem milhões de euros, "que nos hão-de carregar sobre os ombros durante muitos anos". "As contas estão muito equilibradas", riposta Carlos Pinto, presidente da autarquia.
Com uma taxa de execução de 19,70 por cento das Grandes Opções do Plano, valor muito próximo dos 19,18 de 2009, os socialistas chamam a atenção para "um dos mais baixos níveis de execução dos últimos anos". "Foram executados 17,4 milhões de euros quando estava previsto executar 88,3 milhões de euros", acrescentam.
Carlos Pinto justifica essa taxa com a situação do País e os cortes nas verbas por parte da Administração Central. "Nesta altura, em que o Estado não cumpre as transferências para as câmaras, esse é um aspecto menor", acentua o edil.
Embora realcem só ter recebido os documentos com três dias de antecedência, prazo que não lhes permitiu analisar em pormenor o relatório, os vereadores socialistas constatam uma diminuição da receita, de 38 para 36,9 milhões, tal como um decréscimo da receita e da despesa executada.
Para Vítor Pereira, João Correia e Graça Sardinha a autarquia covilhanense está muito dependente de fundos estatais e comunitários, estes últimos com fim previsto para 2013. Essa situação, aliada à tendência para as reduções das transferências do Orçamento de Estado, são o motivo para as dúvidas acerca da sustentabilidade financeira do município. "Porém, o pequeno esforço desenvolvido no sentido de reduzir a dívida deve ser prosseguido, designadamente através da redução da despesa", sublinham os vereadores do PS.
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Covilhã / milhões / euros / dívida / Pereira / Vítor / relatório / Águas / Câmara / município
Entidades
Vítor Pereira / Carlos Pinto / João Correia / Graça Sardinha / PS
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