Assembleia municipal aprova contas do município. Passivo é, nas consolidadas, de 130 milhões. Mas pode subir para 145 com empresas como a Águas da Covilhã e Parkurbis.
A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por maioria (votos favoráveis do PS, contra da CDU e abstenção de PSD e MAC), as contas consolidadas de 2013 do município (valor inclui ICOVI e Sociedade de Reabilitação Urbana Nova Covilhã), que apontam para um passivo de 30 milhões. Já as contas da autarquia, também aprovadas por maioria, situam esse passivo nos 124 milhões de euros.
Vítor Pereira, presidente da Câmara, contudo, avisa que se nas contas entrassem empresas municipais com a Águas da Covilhã e o Parkurbis, esse valor ultrapassaria os 145 milhões de euros. "Espero que lá não chegue" deseja o autarca covilhanense. Segundo o autarca, a execução orçamental, em 2013, superou os 66 por cento, no valor de 32 milhões 421 mil euros. A receita superou a despesa em 406 mil euros. Mas o passivo, de 124 milhões, preocupa. "Os números são como o algodão: não enganam" frisa, resignando-se aos "números com os quais temos que trabalhar". O autarca mostrou o desejo de reduzir este passivo, até final do mandato, em cerca de 30 milhões e lembrou que neste momento, com estes valores, a autarquia nem sequer pode recorrer a empréstimos da banca. "Até ao final do mandato, o objectivo é reduzir, mas ao mesmo tempo fazer obra" assegura.
O PSD absteve-se na votação. Segundo João Nuno Serra, porque as contas não surgiram de modo separado entre os 10 meses de governação de Carlos Pinto e os dois meses de Vítor Pereira. "Numa eventual votação em separado, o PSD teria um outro sentido de voto" afirma. Porém, revela preocupação com vários itens, nomeadamente o pagamento tardio a fornecedores. "Que gestão municipal é esta que não cumpre os seus compromissos em tempo útil" pergunta o deputado, que lembra que isso tem levado mesmo à "pré-insolvência e insolvência" de alguns. O PSD também lamenta que fora das contas esteja a situação financeira das diversas empresas municipais.
Já a CDU, pela voz de Marco Gabriel, diz que o documento revela "o desastre" da gestão anterior da autarquia e a "falta de estratégia" do executivo que era liderado por Carlos Pinto. "É um ciclo que se encerra" diz, apesar de também afirmar que a herança "não pode servir de desculpa para a inércia" do actual executivo.
Paulo Tourais, do MAC, justifica a abstenção da sua bancada pelo facto de não concordar com os números apresentados. "Quero crer que as mesmas sejam auditadas por entidades competentes" deseja.
João Correia, do PS, recorda que nestes números o executivo socialista tem uma responsabilidade política de "10 por cento", que correspondem a pouco mais de dois meses de mandato. Critica a "dívida pesada" e a "incompetência de gestão em algumas empresas municipais", que deixam uma "tarefa árdua" ao novo executivo. O PS votou favoravelmente, apesar de gostar que o que fosse apresentado "fosse diferente", mas também tendo em conta que com a aprovação das contas "é o encerrar do passado. É despedi-lo perspectivando o futuro" remata.
Autor
João Alves
Palavras-Chave
milhões / contas / Covilhã / Assembleia / aprova / Passivo / PSD / euros / municipal / empresas
Entidades
Parkurbis A / Vítor Pereira / Parkurbis / João Nuno Serra / Carlos Pinto
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