Para atingirem o seu objectivo, as cidades devem construir um plano estratégico original, estruturado e coerente.
O Planeta Terra está a atravessar um momento interessante. Pela primeira vez na história, mais de metade da população mundial encontra-se a viver em cidades. Se olharmos para as estatísticas nacionais, vemos que os resultados não são muito diferentes. Em 1975, 28% dos portugueses viviam nas cidades contra os actuais 60%. Em poucas décadas, o número de portugueses a viver em cidades passou de cerca de 3 para 6 milhões, estimando-se que, em 2050, a população urbana atinja 75% do total. Todos nós falamos do stress da vida na cidade, mas será que estes dados estatísticos não nos levam a pensar o que terão, afinal, as cidades para atrair tantas pessoas?
De forma a reflectir como as cidades são capazes de satisfazer as necessidades das pessoas, o marketing tem tentado aplicar os seus conceitos e ferramentas ao contexto das cidades. O curioso desta nova área, denominada de City Marketing, é o facto de aplicar os ensinamentos dos tradicionais 4P´s às cidades chamando-nos a atenção para vários aspectos interessantes.
Dentro da tradicional variável produto, o city marketing realça a importância da criação da marca para a cidade e para um trabalho constante no que diz respeito às questões urbanistas, de limpeza e segurança do espaço urbano, sem nunca se esquecer de analisar a diversidade das ofertas da cidade ao nível de emprego, alojamento, gastronomia, monumentos, concertos, feiras, etc. Mas qual será, afinal, a melhor estratégia para atrair investidores, turistas e residentes? No que diz respeito à variável preço, será importante saber qual o preço dos diferentes serviços que a cidade em estudo oferece para podermos compará-los com as principais cidades concorrentes. Muitos turistas optam certamente por um destino de férias porque tem hotéis mais baratos ou até uma pessoa opta por viver numa cidade porque o preço das habitações lá é mais baixo.
Depois de ter uma visão profunda sobre as variáveis produto e preço, convém comunicar de forma clara as vantagens da cidade. Esta comunicação poderá ser feita através de publicidade, oferta de merchandising, organização de eventos, participação em feiras de turismo ou até através da construção de um site onde se clarifiquem aspectos como: onde comer, onde dormir, como chegar, aspectos relacionados com a cultura e meteorologia. Por fim e não menos importante, convém referir a última variável do marketing-mix: a distribuição. Neste tópico teremos de averiguar se a rede de transportes é eficaz para quem quer circular no interior da cidade.
Em Portugal, algumas cidades, como Óbidos, Braga e Portimão, começam a atingir os seus objectivos ao nível do City Marketing, uma vez que começam a ser tratadas e cuidadas como se de uma marca se tratassem. Estas acções, para serem verdadeiramente eficazes, não poderão resumir-se apenas a um slogan, a um logótipo ou a um outdoor à porta da cidade. Para atingirem o seu objectivo, as cidades devem construir um plano estratégico original, estruturado e coerente. pois só assim… grão a grão enche a cidade o papo.
Autor
Cristela Bairrada
Categoria
Opinião
Palavras-Chave
cidades / cidade / Planeta / Terra / marketing / City / Grão / preço / viver / será
Entidades
City Marketing / City Marketing / Em Portugal / Óbidos / Braga
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