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Isabel Alçada diz que ensino particular era privilegiado

2011-02-02

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Ministra da Educação avisa que situaçao vai acabar.

Na visita à Covilhã na última sexta-feira, 28, a Ministra da Educação, Isabel Alçada, mostrou-se irredutível na intenção de reduzir o financiamento do Governo ao ensino particular e cooperativo.
"Era uma situação de privilégio, as pessoas não gostam que as situações de privilégio acabem, mas é isso que vai acontecer", frisou. Na semana passada os colégios com contrato de associação manifestaram-se contra as alterações, como foi o caso do Externato Nossa Senhora dos Remédios, no Tortosendo, e o Externato Santiago de Carvalho, em Alpedrinha, Fundão.
À entrada para a Escola Secundária Quinta das Palmeiras, na Covilhã, a ministra tinha à espera uma ruidosa manifestação de cerca de 40 professores do colégio de Alpedrinha, que não chegaram a ver Isabel Alçada.
"Debatemo-nos pela nossa sobrevivência. Os cortes de 30 por cento inviabilizam o nosso funcionamento", queixou-se João Alberto, director pedagógico do estabelecimento de ensino, de tambor na mão, sobre a redução prevista para o próximo ano lectivo.
"O Ministério da Educação considera que os colégios com contrato de associação devem prosseguir a sua actividade, mas no quadro do que é um financiamento justo e não um financiamento que privilegiava os colégios em relação à escola pública", referiu Isabel Alçada.
A ministra frisou que as escolas com contrato de associação prestam um serviço de educação onde a rede pública não existia, mas acrescenta que "a rede pública desenvolveu-se". "O financiamento era excessivo, muito superior ao investido em média no ensino público", acentuou. Isabel Alçada acredita que essas unidades de ensino irão aceitar o novo acordo, que considera "justo, equilibrado, equitativo para fazer um serviço de qualidade", embora sublinhe que os colégios tenham de fazer um esforço de gestão e cortarem as margens de lucro.

Externato de Alpedrinha ameaça despedir "todos os professores"
João Alberto, director do Externato de Alpedrinha, diz que as novas condições vão obrigar à adaptação "a um modelo de funcionamento igual a uma escola profissional das mais baratas".
"Isso equivale a despedir todos os professores do quadro e contratar outros docentes em regime de recibo verde, a receber 9 meses, a metade da tabela, que é a única maneira de conseguirmos continuar a dar aulas com 80 mil euros que a ministra quer dar por turma. Só dessa maneira vamos conseguir continuar a dar aulas, com uma qualidade completamente diferente", critica.
O colégio tem 300 alunos, 40 professores, 15 funcionários e João Alberto informa que os salários de Janeiro ainda não foram pagos, porque o ministério adiantou que só iria fazer a transferência depois de assinada a adenda ao contrato, para "coagir" as instituições a rubricarem o novo acordo quanto antes. O director pedagógico lamenta também que a medida afecte todos os colégios por igual e não se analise caso a caso.
Para João Alberto, o Fundão não é alternativa, porque obrigaria os alunos a levantarem-se muito cedo e a chegarem muito tarde a casa. Este responsável perspectiva um aumento do abandono escolar e considera a medida um retrocesso.



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
Alçada / Isabel / Alpedrinha / Ministra / particular / colégios / Educação / Externato / Governo / João

Entidades
Isabel Alçada / Externato Nossa Senhora dos Remédios / João Alberto / Externato de Alpedrinha / recibo verde

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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